A ocupação do plenário da Câmara dos Deputados, na última semana, surtiu efeito e acordou alguns parlamentares. O presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), por exemplo, classificou como “inaceitável” a demora para se votar a PEC 300 em segundo turno. A declaração foi dada nesta quarta-feira (28), durante reunião com representantes dos servidores militares, em Brasília (DF).



Segundo Edmar Soares da Silva, presidente da ACS (Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul), que participou da audiência, Alves irá oficiar todos os governadores sobre a proposta. Ele acredita que muitos sequer conhecem a PEC.



“Queremos saber se conhecem, se concordam ou se discordam da PEC. Ele (Henrique Alves) ainda afirmou que é inaceitável ficar três anos esperando a segunda votação e deixou claro que vai por para votar. Estamos caminhando e queremos definir a data de votação até 16 de setembro”, disse Edmar.



A PEC 300, criada em 2008, foi aprovada em primeiro turno em 2010. No entanto, após manobras da base política da presidente Dilma Rousseff (PT), segue emperrada na Câmara desde então.



Inúmeras foram as tentativas dos servidores para que a PEC voltasse a pauta. Em uma delas, a proposta não foi para segunda votação por falta de uma única assinatura – do ex-líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). À época, Henrique Alves assinou o requerimento e se empenhou pela votação da PEC 300.



Revoltados com a demora, servidores militares de todo o Brasil ocuparam o Salão Verde da Casa na última semana e, em seguida, o plenário. A próxima reunião entre presidente da Câmara e policiais e bombeiros acontece no dia 11 de setembro.