Notícias do Sinpol-MS

Dados pinçados distorcem média salarial e não refletem constatação central do Anuário: despesas na segurança pública de MS caíram 10%

O Sinpol esclarece, diante da reportagem “Com ameaça de greve, policiais pedem aumento salarial de 30%”, veiculada pelo site Campo Grande News, que as informações, ora pinçadas, não refletem a realidade salarial dos policiais civis de Mato Grosso do Sul.


“Quando se traça uma média utilizando de categorias com diferenças muito grandes, como delegados e peritos, o resultado não traduz a realidade do policial civil, que tem salário inicial de R$ 5.559,00”, observa o presidente do Sindicato, Alexandre Barbosa. Para se ter uma ideia, a média da remuneração líquida dos delegados, conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, usado como base da matéria, é de R$ 23.142,69 ao passo que dos investigadores é de R$ 6.812,08 (uma média entre policiais em início e fim de carreira) – para conferência, página 468.
Ao analisar os investimentos, a referida reportagem não considera que os valores aplicados em segurança pública seguem aquém dos níveis pré-pandemia em desproporção ao crescimento das receitas do Estado.


A publicação mais recente do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, de 2023, revela que, quando se fala em investimentos em segurança pública (página 247 do documento), a “Proporção de despesas com segurança pública pela União e UFs em relação ao total de despesas realizadas”, está constatada redução importante se comparado a 2019, ano anterior à pandemia. No caso de Mato Grosso do Sul, redução de 10%.


Ainda no mesmo estudo, no que diz respeito às “Despesas dos Estados com Segurança Pública em Proporção das Receitas Correntes” (página 249) outro dado que reafirma a falta de priorização da segurança pública: em 2022 essa proporção em Mato Grosso do Sul ficou em 6,7%, o oitavo menor índice de investimento proporcional do País.  A publicação, por fim, enfatiza que "Os estados de modo geral, e os municípios com guarda municipal, acabaram por reduzir, de forma relativa, seu gasto em segurança pública ao não poder reajustar salários ou realizar contratações por 2 anos". Nesse contexto, continua o próprio estudo, " nem todos os governos garantiram reposição da inflação dos últimos anos e mesmo a questão de concursos para reposição de contingentes".


Alexandre Barbosa assevera que a valorização é um justo reconhecimento aos resultados da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, que atua com resultados exemplares para todo o País, mesmo com a permanente falta de efetivo, calculada em mil homens e um dos piores salários entre os policiais de todo o País. Levantamento da Adepol-BR (Associação dos Delegados de Polícia do Brasil) mostra que mato Grosso do Sul está muito acima da média nacional de resolutividade de inquéritos policiais em todo o país. A taxa é de 94,9%, quando a média nacional é de 64,16%.  "Não basta termos armamentos e viaturas se não valorizarmos os recursos humanos”.


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