Violência doméstica responde por 85% dos casos de agressão em Campo Grande
Levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Saúde - Sesau aponta que, dos cerca de 300 de casos de atendimento a agressões em Campo Grande no mês de julho, 85% trata-se de violência doméstica. Conforme a chefe do Núcleo de Atendimento à Mulher, da Sesau - Maria Sueli, a maioria dos casos é uma situação de repetição.
“A grande maioria das vítimas fala sobre as agressões abertamente ao profissional de saúde. Estamos investindo na capacitação dos profissionais, pois nossa finalidade é orientar a mulher de que a agressão provoca um mal a toda a família.”, revela.
Maria Suelli aponta ainda que 25% dos dias de trabalho perdidos pelas mulheres tem como causa a violência reduzindo seus ganhos financeiros em até 20%.
A chefe do núcleo relata que a criança que convive em um ambiente de violência tende reproduzir as agressões. “A tendência é que o modelo seja reproduzido, repetindo as agressões em outras situações da vida. A criança ou adolescente que convive neste ambiente aprende que o uso da violência é natural.” destaca.
Pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID identificou que o Brasil gasta 1,9% do PIB com assistência à saúde da mulher vítima de violência. São R$ 78,7 bilhões com tratamento de casos de violência doméstica, por ano.
Segundo a delegada da Delegacia Especializa no Atendimento à Mulher – DEAM, Marília de Brito Martins, este ano foram registrados 3.800 casos. O mês de julho apresentou 471 casos. Em todo o ano de 2011 foram registrados 6.010 casos.
“Devido às denúncias estão sendo cumpridos muitos altos de prisão em flagrante.”, informou a delegada.
A também delegada da DEAM, Roseli Aparecida Molina revelou que o cumprimento de mandado de prisão preventiva dobrou entre 2011 e 2012, no mesmo período.
Campo Grande
Entre os anos de 2009 a 2011 foram registrados 8.892 casos de violência doméstica na Capital. Desse total, 5.757 foram contra mulheres. O número total de agressões inclui crianças e adolescentes como vítimas.
Mesmo com o elevado número de ocorrência, a chefe do núcleo Atendimento à Mulher aponta que "Campo Grande é referência em redes de atendimento à saúde para o país”.
Apenas no ano de 2011, a Secretaria de Saúde registrou 3.476 casos de violência, sendo 1.089 com mulheres de 20 a 59 anos.
INSS
Como medida educacional, os agressores que vitimaram mulheres que precisaram do auxílio doença do INSS em Mato Grosso do Sul terão que restituir os valores ao órgão conforme informou o procurador da república Roberto Pinheiro nesta quarta-feira (08).
A decisão será regionalizada em todo o país após sentença que determinou que o agressor de uma mulher que recebeu o auxílio-doença deverá reparar os cofres públicos. A mulher foi vítima de tentativa de homicídio.
Uma equipe do INSS está percorrendo as delegacias de Campo Grande e do MS para fazer levantamento de quantos dos casos de violência doméstica previam ação de auxílio doença do INSS. Em todos os casos a serem analisados será pedido o reembolso ao Instituto.
TJ/MS
O Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul inaugurou no dia 17 de julho, no Fórum Heitor de Medeiros, em Campo Grande, a sala do projeto “Penas Alternativas e Violência de Gênero”. O projeto é uma parceria da Subsecretaria da Mulher e da Promoção da Cidadania com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
O objetivo é ampliar as ações de apoio às penas e medidas alternativas à prisão, intensificando o trabalho de oficinas para acompanhamento e monitoramento dos apenados.
Fonte:Midiamax