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Sinpol visita Delegacia de Brasilândia após fuga de presos

Sinpol-MS
O diretor Amaury aponta o buraco por onde os presos fugiram

Os diretores do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de MS) Amaury José Pontes e Giancarlo Corrêa Miranda estiveram ontem (18/02), na cidade de Brasilândia-MS, no objetivo de averiguar a fuga ocorrida na madrugada do dia 17/02, quando três presos fizeram um buraco na parede e fugiram da delegacia.

Os moradores da região contaram que se não fosse à perspicácia do policial plantonista, seriam mais do que três fugitivos, pois na cela havia dez presos. No dia da fuga, havia apenas um policial de plantão, e mais de 20 presos nas celas. Para os diretores do Sinpol, com um sistema de vigilância insuficiente, e excesso de presos, a situação era previsível.

“Ainda bem que o policial civil plantonista ficou alerta o seu plantão inteiro e assim que ouviu o barulho da parede sendo quebrada interveio e impediu a fuga generalizada dos presos”, destacou o diretor Amaury. Até o momento, os três que fugiram não foram encontrados, no entanto,os policiais civis da cidade, mesmo os de folga,estão empenhados na prisão dos foragidos.

Os policiais lotados naquela unidade denunciam que há tempos vem informando aos órgãos competentes sobre os riscos de fuga, uma vez que a delegacia não possui estrutura para ser cadeia pública. Além disso, nos últimos anos, várias tentativas de fuga foram registradas. As paredes das celas não possuem revestimento adequado que garanta alguma segurança, e ainda há partes em que o reboco está com infiltração. Outra situação é que os pátios estão lotados de materiais apreendidos.

Falta de estrutura da DP apavora população

Os diretores contam que a delegacia da cidade está parecendo um verdadeiro presídio, com banho de sol e visita aos presos.“Os detentos recebem ‘banho de sol’ e visitas em uma ‘gaiola’ atrás das celas. Não há investigadora lotada na delegacia, ficando a cargo da escrivã o procedimento de revistar as mulheres que visitam os presos, que, dessa forma, deixa de fazer os trabalhos de sua competência para atender situações atinentes aos presos”, relata o diretor jurídico, Giancarlo.

Ainda segundo os diretores, a Polícia Civil de Brasilândia está funcionando apenas como um “enfeite”, não há investigação, tão somente ocorre o andamento dos flagrantes trazidos pela Polícia Militar, essa sim, que em razão da insuficiência da PC, vem fazendo investigações e esclarecendo os crimes da região.

A situação está trazendo insegurança para todos, inclusive para a população. Durante a visita, os diretores conversaram também com vizinhos da delegacia, que demonstraram falta de tranquilidade e medo. “Comumente ouvimos os presos se rebelando. Já teve vezes de passar vários dias sem dormir por causa da ‘gritaria’ que eles faziam nas celas”, contou o senhor Adilson Costa Pinto, morador da região.

Outro fato citado pelos moradores, é que em frente da delegacia existe uma fossa a céu aberto, e que quando há muitos presos ou ocorrem muitas chuvas, a fossa transborda e vai para a rua, exalando um cheiro insuportável na rua inteira.

Tragédia anunciada

Segundo Giancarlo, é visto que o fato ocorrido em Brasilândia também pode acontecer em qualquer outra delegacia que custodie presos, o que coloca a sociedade e os policiais civis em risco. “Trata-se de uma tragédia anunciada, há tempos que o Sinpol vem cobrando a retirada dos presos das delegacias, aos menos que se faça um projeto de médio a longo prazo para tanto, mas nem isso é sinalizado. O sindicato também cobra com veemência a agilidade nas próximas fases do concurso público que está em andamento, com o consequente aumento de vagas, haja vista que as vagas disponibilizadas no edital nem sequer contemplam as aposentadorias dos últimos três anos”, argumentou .

Sobre a situação o Presidente do Sinpol, Alexandre Barbosa, se manifestou, dizendo que a luta do Sinpol é fazer realmente os serviços da polícia judiciária, com qualidade, ou seja, apurar as infrações penais e esclarecer a sua autoria, entretanto, como se nota em Brasilândia, com apenas um policial de plantão, para atender a população, os presos e, ainda, “fazer investigações”, se impossibilita o cumprimento do trabalho com eficiência.

O sindicato continuará acompanhando o caso.



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