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Sinpol recebe investigador da Deops, que faz relato sobre unificação dos cargos da base da Polícia Civil

A diretoria do Sinpol recebeu nesta terça-feira, 07, o investigador de Polícia Civil, Max Dourado, que é lotado na Deops (Delegacia Especializada de Ordem Política e Social), em Campo Grande, para ouvir um relato dos benefícios da unificação dos cargos da base da Polícia Civil, que seria agregar as funções de Investigador e Escrivão numa só. Na prática, assim como tem vivenciado Max nas últimas duas décadas, essa situação já ocorre em várias unidades, especialmente as do interior, com a atuação do mesmo servidor ao longo das várias etapas da investigação policial de um crime.

A proposta de Lei Orgânica Nacional da Polícia Civil foi aprovada em congresso da Cobrapol e aguarda posicionamento da Adepol Brasil para encaminhamento ao Ministério da Justiça. A intenção é que o projeto seja encaminhado pelo Ministério da Justiça ao Congresso Nacional, como proposta de projeto de lei, com a finalidade de beneficiar a instituição Polícia Civil e a sociedade, com base em critérios de racionalidade e equilíbrio. Segundo a Cobrapol, a Lei Orgânica é fundamental para a valorização do policial civil.

Max diz que atua nas várias fases dos trabalhos na delegacia, desde o recebimento das denúncias à participação na oitiva dos intimados, o que traz resultados positivos. Há uma maior aproximação da sociedade, a exemplo da polícia comunitária e também a agilidade nos procedimentos policiais. Em que pese a falta de recursos e a necessidade de investimento em estrutura e pessoal, uma vez que na Deops existem duas viaturas com mais de uma década de uso e há a demanda urgente de, no mínimo, mais um escrivão e um investigador.

O investigador explica que com as operações desencadeadas nos últimos três meses e a falta de efetivo, o serviço rotineiro foi se acumulando. “Temos uma única escrivã e, com o excesso de trabalho, as denúncias ficam represadas e a apuração acaba sendo mais lenta. A pedido da escrivã e com anuência do delegado titular da unidade, assumi mais de 70 boletins de ocorrência represados –  principalmente de perturbação do sossego – e minha sala se transformou em um cartório”, relata. Em pelo menos um quarto dos casos ele mesmo confeccionou o Boletim de Ocorrência, foi a campo, após expedida a ordem de serviço pelo delegado, fez os levantamentos, intimou as pessoas e depois as ouviu. “Isso enriquece muito o trabalho do policial porque você sabe o que está investigando, conhece aquela ocorrência desde o nascimento”. Uma atuação muito comum também em cidades do interior do Estado.

Há 23 anos na Polícia Civil, Dourado acredita que a tendência seja a unificação das funções de investigador e escrivão, e observa que uma vez que todos os policiais civis estejam atuando desta forma será muito mais fácil reivindicar a justa remuneração, que está atrelada à complexidade das funções do cargo; bem como a população que terá uma entrega sem descontinuidade e a distribuição do trabalho também ficará mais equilibrada. “Quando todos carregam o piano juntos, fica mais leve”.


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