Sinpol MS parabeniza profissionais que estão na linha de frente ao combate ao coronavírus
Esta semana completará quatro meses que os sul-mato-grossenses começaram a conviver com uma nova forma de se relacionar, seja no ambiente social ou no profissional. Naquela semana, após o dia 17 de março, muitas prefeituras municipais começaram a decretar o fechamento de bares, comércio, escolas, parques e a restringir aglomerações por conta da alta transmissão do Covid-19, um vírus altamente contagioso, letal e ainda sem previsão de uma cura efetiva.
A partir dessa data, muitos profissionais tiveram de se reinventar, inclusive, encontrar novas formas de trabalho como o home-office e as webaulas, para os estudantes.
Desde abril, com a reabertura gradual de vários setores do comércio e de serviços, vários profissionais continuaram na linha de frente nesse momento da história mundial e enfrentam o maior desafio da atualidade: sobreviver ao coronavírus e ajudar a população a manter sua rotina no que é considerado o novo cenário pós-pandemia.
“São trabalhadores da limpeza, pública ou privada, da área médica, da segurança pública e das redes de mercado e comércio em geral, por exemplo. Pessoas que deixam seus parentes e vão atender as famílias de outros, seja por amor à profissão, à ética ou por uma questão de solidariedade. Estamos descobrindo novos heróis neste cenário”, afirma o presidente interino do Sinpol MS, Pablo Rodrigo Pael. “Profissionais a quem devemos ter respeito, consideração e a entender o quão importante são seus papéis numa comunidade organizada”.
Profissionais padrão – Esses trabalhadores atuam no chamado “serviço essencial” e não podem deixar seus locais de trabalho nem atender na modalidade “home office”. Entre eles, por exemplo, está o segmento supermercadista que, segundo o sindicato dos Supermercados de Mato Grosso do Sul (Sindsuper) representam 12 mil trabalhadores no Estado.
Também estão na relação outras categorias, como as dos serviços de coleta de lixo. De acordo com a Solurb, concessionária responsável pela gestão da limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos em Campo Grande, são 930 colaboradores engajados na missão dioturna “de fazer Campo Grande melhor”, como afirma o gerente operacional, Bruno Velloso. “Mesmo nesse período de pandemia, reconhecemos o empenho de todos os funcionários em executar as atividades com empenho e presteza, comprometidos em conservar sua saúde e a saúde do próximo, com a adoção de uma série de medidas preventivas recomendadas pelos órgãos de saúde e assumidas como protocolo operacional da empresa. Garantir a limpeza e asseio da cidade é nossa forma de trabalhar pela saúde e qualidade de vida do município.”
O presidente do Sindicato das empresas de Asseio e Conservação de MS (SEAC), Daniel Felício, reconhece que os profissionais da limpeza “revelam-se verdadeiros heróis e se reconhecem como tal, pois já perceberam que tal magnitude não decorre de status social mas, sim, de altivez e da dedicação máxima ao próximo, ainda que de forma anônima”. De acordo com o sindicato, são quase nove mil colaboradores que atuam em instituições públicas e privadas. “Quem diria que, em um mundo cada vez mais digital, automatizado e impessoal, olharíamos com especial atenção os trabalhos manuais. Diante dessa pandemia sem precedentes, nossa sociedade percebeu a importância desse ofício, desses trabalhadores que encaram o desafio demonstrando que, essencialmente, são gente cuidando da gente”.
Bem precioso - Os profissionais da área médica já receberam palmas de agradecimento e também relataram sofrer constrangimentos por parte da população. Nesse caso, o Conselho Regional de Medicina de MS (CRM) adotou as medidas jurídicas cabíveis. De acordo com a instituição, são quase sete mil profissionais atuando no Estado. “Em meio a esta situação toda em que estamos vivendo é importante sempre refletir sobre o que realmente tem valor em nossas vidas. Sair de casa todos os dias sabendo que, mesmo com todos os cuidados, ainda estamos bastante expostos ao vírus, reafirma o quanto amamos o que fazemos e o quanto estamos dispostos a contribuir com nosso conhecimento, para a manutenção de um bem tão precioso, que é a saúde das pessoas. Fizemos um juramento e neste momento, mais do que nunca, acredito que estamos cumprindo-o com honra”, afirma o presidente do Conselho, Maurício Jafar. De acordo com dados da Secretária de Saúde, até o dia 13 de julho, três profissionais médicos morreram de Covid-19.
Dados do Sindicato dos Trabalhadores na área de Enfermagem do MS (SIEMS) mostram 23.372 profissionais atuantes e, conforme dados do Conselho Federal de Enfermagem, 67 já foram acometidos pela Covid-19 e três morreram, até a data de hoje. A presidente em exercício do SIEMS, Helena Delgado, diz que “contra esse inimigo invisível, os profissionais estão desempenhando seu melhor papel e precisamos que eles também sejam cuidados e apelo que um profissional de enfermagem cuide do outro, também. Nós estaremos promovendo ações para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores”.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (Sejusp), o contingente de servidores no Estado também é grande, sendo 2181 na Polícia Civil. Atuando em investigações diárias, contra quadrilhas organizadas, atendimento nas delegacias, cartórios, nas unidades da coordenadoria geral de perícia atuando em locais de crimes. Agentes penitenciários que trabalham nas unidades prisionais, ou seja, em toda a linha de frente. “Neste momento, nós nos solidarizamos com todas as categorias que estão atuando na linha de frente de combate ao coronavírus. São trabalhadores em várias frentes, que cumprem com seus compromissos profissionais e com respeito aos direitos da população. Heróis anônimos que todos os dias contribuem com seu maior bem, a própria vida, para atender às demandas da sociedade”.