A falta de investimentos na Polícia Civil na região de fronteira foi o tema central da reunião realizada, na noite desta quinta-feira (16), entre o Sinpol-MS e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública. Fato notoriamente comprovado nesta semana após a execução de um policial civil na cidade de Paranhos, a agressão a três policiais militares e a “guerra” entre narcotraficantes ocorrido em Pedro Juan Caballero, divisa com Ponta Porã.
Em documento protocolado durante o encontro, o Sinpol-MS enfatiza que a região de fronteira está à mercê da criminalidade e que , em caso de não serem supridos os recursos necessários, os policiais civis ali lotados não estão dispostos a sacrificar mais vidas e não se arriscarão em um embate tão desproporcional. “Em dois anos, dois policiais civis foram executados na mesma cidade. Não vamos aceitar que nossos companheiros paguem com o próprio sangue a inércia das autoridades que fazem “investimentos” que não são de acordo com a necessidade do local. Queremos investimentos verdadeiros já!”, enfatizou o presidente do Sinpol-MS, Giancarlo Miranda.
Dentre as medidas apontadas como urgentes estão:
• Autorização para uso de arma pesada pelas delegacias dos locais em conflito;
• Reforço emergencial do contingente das delegacias de fronteira, com pagamento de diárias dos policiais a serem deslocados;
• Estabelecimento de convênio e apoio coordenado das instituições de segurança pública estadual e federal, inclusive com pedido de reforço da Força Nacional de Segurança para toda a extensão de fronteira;
• Antecipação do pagamento da gratificação de cidade de difícil acesso e provimento.

Programa “MS Mais Seguro”

Na oportunidade foi questionado o motivo pelo qual a Polícia Civil não recebeu investimentos imediatos do programa “MS Mais Seguro”. O secretário da Sejusp, José Carlos Barbosa, declarou que autorizou a compra, porém devido a problemas na licitação por parte da Delegacia-Geral, não houve tempo hábil para a aquisição do material. Contudo, as licitações estão em andamento e nos próximos dias já estão adquiridos e entregues aos policiais civis.

Concurso

Sobre o aumento do efetivo da Polícia Civil, o secretário da Sejusp declarou que o edital do concurso deve ser publicado em outubro deste ano com 150 vagas para escrivães e 40 para delegados. O diretor jurídico, Max Dourado, informou da necessidade de aumentar o número de vagas e de ampliar para outras funções como agente de polícia científica, perito papiloscopista e investigador. Barbosa declarou que neste edital não está previsto, mas que poderia ser estudada a possibilidade de um novo edital que contemple outros cargos. O diretor jurídico do Sinpol-MS faz parte da comissão responsável para elaboração do concurso para provimento do quadro da Polícia Civil.