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Sinpol-MS alerta situação caótica da custódia de presos em delegacias.

Divulgação

Em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (23), o Sinpol-MS apresentou dados que comprovam o cenário caótico da custódia de presos nas delegacias de polícia em Mato Grosso do Sul. Das 49 delegacias, 29 estão com ocupação entre 12,50% a 450% excedente em sua capacidade. Dentre elas podem-se destacar as unidades de: Iguatemi, Nova Alvorada do Sul, Ivinhema, Chapadão do Sul, Bela Vista e Ponta Porã.
 
A situação denunciada diversas vezes pela entidade aos órgãos competentes, como o Poder Executivo e Judiciário, culminou em cinco ocorrências no ano de 2015. Sendo que em dois deles, os policiais civis de plantão foram agredidos com barras de ferro serradas das grades das celas. O caso mais recente ocorreu, em 21 de novembro em Itaquiraí, quando o investigador Arlei Marcelo Farias (38 anos) foi brutalmente ferido na cabeça e rendido quando vigiava 21 detentos custodiados na delegacia da cidade enquanto entregava a refeição noturna dos detentos. Após a agressão, os cinco criminosos fugiram levando a arma do policial e o carro do fornecedor de marmitas.
 
“Inúmeras vezes alertamos sobre o risco a que os policiais se expõem ao desempenhar uma tarefa para qual não foram treinados. O policial civil forma-se na academia para investigar e solucionar crimes, não para vigiar presos. Nós cobramos da administração pública que comece já o planejamento para a retirada dos detentos das delegacias até 2018. A retirada pode ser gradual, mas o planejamento precisa ser imediato. Será que vão esperar um policial civil ser assassinado dentro da delegacia para tomarem providência?”, enfatizou o presidente do Sinpol-MS, Giancarlo Miranda.
 
O vice-presidente do Sinpol-MS, Paulo Queiroz, lembrou que o tema já foi amplamente discutido em audiência pública realizada em março de 2014 na Assembleia Legislativa e denunciado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) em abril do mesmo ano. “Neste momento, em Sidrolândia, há apenas um policial de plantão que tem que levar os 26 detentos para o solário para o banho de sol. Com certeza, nesse momento ele está correndo risco de ser rendido pelos presos”, explicou Queiroz.

A delegacia de polícia deve abrigar os presos durante o período investigativo para que fiquem a disposição da Justiça, o que na média leva cinco dias. No entanto, o que ocorre é a permanência do preso durante semanas e até meses, muitos deles já condenados e cumprindo sentença de prisão em regime aberto e semiaberto. “Há delegacias que não tem efetivo feminino para fazer a revista, o que pode propiciar que elas levem objetos cortantes para celas”, afirmou Giancarlo.
 
Repercussão

A imprensa atendendo o chamado do Sinpol-MS e mostrou-se solidária ao dar destaque nos dados repassados. Diversos veículos da capital e do interior compareceram a coletiva e retransmitiram o material preparado. “Agradecemos o apoio de cada jornalista. Somos parceiros na luta por uma sociedade melhor e mais segura”, declarou Giancarlo.
Confira abaixo os links de algumas matérias:
 
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http://paginabrazil.com/com-superlotacao-em-delegacias-policiais-civis-ameacam-paralisar-servico/ 

Fonte:Assessoria de Comunicação Sinpol-MS


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