Servidores brigam por reajuste e abono salarial
Fonte: Jornal O EstadoRepresentantes dos sindicatos de servidores estão à espera de uma reunião com o governo para discutir sobre a continuação do abono. Em abril vence o prazo do acordo em que o Estado concede acréscimo de R$ 200 no salário como forma de aumento ao funcionalismo público. Para as entidades o motivo da demora por parte do poder público é que não haverá proposta de reajuste salarial.
O Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) pretende fazer jogo duro na negociação. O presidente da entidade, Giancarlo Corrêa Miranda, diz que vai para o terceiro ano que os policiais não recebem reajuste. O pedido da classe que o abono seja incorporado ao subsídio para que seja mantido de maneira legal. Pede também valorização aos policiais.
“Nós queremos que incorpore os R$ 200 porque o governo não pode retirar de forma alguma, que daria perda salarial. Esperamos que além do abono, mais a inflação, que vamos solicitar porque é o direito do trabalhador e também do servidor público, que faça a revisão geral anual. Precisamos de uma reestruturação de carreira da Polícia Civil para que os nossos servidores se sintam valorizados, nós já temos um compromisso do governo que advém desde 2014 na sua campanha eleitoral. Em 2015 o acordo foi renovado, em 2016 foi reiterado e é chegado o momento de 2017 que seja cumprido”, falou Giancarlo.
A preocupação do Sindetran-MS (Sindicato dos Servidores do Detran de Mato Grosso do Sul) é que o abono seja retirado. O presidente da entidade, Octacílio Sakai Júnior, espera que o Estado “não pise na bola com os servidores”. Ele reclama de o governo ainda não o ter procurado para conversar sobre o assunto.
“Nós ainda estamos confiantes na palavra do governo. Foi negociado que este abono não seria retirado e que ia ser incorporado de alguma outra forma, mas o problema é que o governo ainda não falou como. Isso vai ser um ‘abacaxi’ que ele terá de resolver. É importante falar que o abono não é reajuste. A nossa categoria é de diversos níveis: fundamental, médio e superior. E você chegar e colocar R$ 200 como uma forma de aumento salarial não representa para alguns nada. Se quando ocorre reajuste tem de ser uma porcentagem igual para todo mundo”, falou Sakai, que não descarta a possibilidade de greve.
O percentual oferecido pelo governo foi bem abaixo da solicitação feita, de reajuste linear de 14%, baseado nos estudos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O secretário Estadual de Administração e Desburocratização, Carlos Alberto de Assis, informou que o governo pretende se reunir com as categorias somente em abril. Segundo ele, a data-base para o pagamento do reajuste é a partir de maio, portanto o Estado está dentro do prazo de negociação.
Assis disse que o Estado tem interesse de manter o abono, mas será preciso ser feito um levantamento sobre impacto que o benefício causa no Orçamento. O quadro de funcionalismo hoje é formado por 39.587 servidores ativos e inativos.