Serviço do Disque-Denúncia completa 18 anos
O Disque-Denúncia completa 18 anos com mais de 1,8 milhões de denúncias registradas. Quem comemora é o coordenador do serviço, Zeca Borges. Em entrevista ao Globo ele falou sobre o sucesso do Disque-Denúncia e também sobre o tipo de denúncia que eles mais recebem: sobre o tráfico.
O que a população mais denuncia?
A população nos conduziu para diversas demandas. Infelizmente, o tráfico continua sendo o assunto mais denunciado. É lamentável, mas também podemos pontuar que passamos a receber mais casos de violência doméstica e de meio ambiente. Depois da implantação da UPP, surge muito a necessidade de questões de ordem pública. A gente vem recebendo muita demanda desse tipo.
Qual foi o caso que provocou mais denúncias?
A ocupação do Alemão, sem dúvida, foi o nosso recorde. A população confiou na gente e denunciou on-line, ao mesmo tempo em que os policiais avançavam no território. As denúncias tiveram um resultado enorme, com a apreensão de armas e drogas.
Ao longo dos 18 anos do serviço, houve necessidade de se criar outras vias de denúncia, por meio de mídias sociais. Como tem sido o resultado disso?
A gente está com 150 mil tweets postados até hoje (ontem). Nossa página no Facebook também é bastante acessada, assim como os nossos alertas. O site dos foragidos da Justiça tem uma média de três mil consultas diárias. É de grande utilidade pública para a imprensa e a própria polícia.
A confiança no serviço se mantém ao longo do tempo?
Tem que estar à altura da confiança. É isso o que nos preocupa mais. Temos casos resolvidos através das duas novas ferramentas. O Twitter é uma forma que temos de dinamizar. Por exemplo, temos as datas de aniversário dos traficantes. Geralmente, eles fazem festas de chefe do tráfico. A gente também fica de olho nos roubos de caminhões de frango, cerveja, carne, justamente nesses dias e nas áreas onde eles atuam. Com esse trabalho em conjunto com a polícia, já conseguimos pôr água no chope de traficantes.
Antigamente, as recompensas eram mais altas. Por que houve essa mudança?
As recompensas dependem da Secretaria de Segurança. Atualmente, usamos a tática para que o bandido vire notícia. A gente paga pouco pela recompensa, mas a sua divulgação nos permite entrar no ambiente do bandido, desequilibrando-o. Quando a gente lança a recompensa pedindo informações sobre um determinado criminoso, ele perde a camuflagem. Não é pelo prêmio da denúncia, mas pela campanha feita em torno do bandido.
Fonte:Fenapef