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Sem água e banheiro, Cepol é a “cruz” de policiais

Para usar banheiro, funcionários têm que se deslocar para posto ao lado
Victor Chileno

"É uma calamidade que retrata a situação de todo o Estado", afirmou Alexandre Barbosa, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul, sobre as condições precárias do prédio que abriga o Centro Integrado de Polícia Especializada (Cepol), em Campo Grande.

Além de paredes e tetos caindo aos pedaços, fios elétricos soltos, banheiros interditados, ausência de extintores, os policiais têm convivido com a falta de água e o calor já que o ar condicionado central do prédio está quebrado. "Não há condições humanas de trabalhar desta forma, isso desvaloriza e desmotiva os policiais", ressaltou. Para ir ao banheiro ou tomar água, a população atendida no local é encaminhada pelos policiais ao posto de combustível vizinho. Já os funcionários costumam levar garrafas de água para o expediente.

Cerca de 40 funcionários trabalham no prédio, localizado na Rua Ceará, 2.146, onde funcionam cinco delegacias: a Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (DEAIJ), a Delegacia Especial de Polinter e Capturas, a Delegacia Especializada de Repressão aso Crimes de Defraudações (Dedfaz), a Delegacia Especializada de Repressão aos crimes de Homicídio (DEH) e a Delegacia Especializada de Ordem Política e Social (Deops).

Segundo Barbosa, a luta por melhorias da sede já dura cinco anos. Em 2011, o Sindicato entrou com pedido de interdição do local junto ao Ministério Público, mas nada aconteceu. "A própria Vigilância Sanitária constatou que o prédio não oferece a menor condição de trabalho", explicou.

Em janeiro, o prédio sofreu inundação após uma forte chuva e teve parte do teto comprometido e móveis estragados. Na mesma época, o governo do Estado voltou a renovar por mais cinco anos o contrato de aluguel do prédio que custa 12 mil reais mensais aos cofres públicos. "O governo alega que esse valor é justo pelo tamanho do prédio e pela localidade", diz o presidente. No contrato constaria a existência de um laudo da Vigilância Sanitária aprovando as condições do local, porém o documento, contesta Alexandre, nunca foi apresentado. "Ninguém teria coragem de aprovar o funcionamento deste prédio porque é um lugar totalmente insalubre", afirma.

Uma nova sede para o Cepol está em construção na saída para Três Lagoas. De acordo com Wantuir Jacini, secretário de Justiça e Segurança do Estado, a obra está em fase de finalização, porém, ao ser questionado, ele não dá certeza de quando será entregue. "Tenho esperanças de que seja até o final do ano". Sobre a situação da atual sede do Centro, o secretário admite que a precariedade não é exclusiva do local. "São mais de 400 delegacias pelo Estado, então já viu", diz. 

Fonte:Diário Digital


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