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“Se nada mudar, a PM vai acabar”, avalia representante de sindicato sobre efetivo

Divulgação

“Estamos no limite, se em no máximo uns quatro anos nada mudar, não tivermos concursos que supram efetivamente a necessidade que existe de efetivo, a Polícia Militar vai acabar, porque não vai ter gente para ir para a rua”, avaliou o diretor regional da ACS PM BM MS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul), Aparecido Lima.

O sindicalista reforçou em detalhes o cenário apontado em matéria publicada ontem no Dourados News (confira clicando aqui), destacando que o efetivo policial disponível hoje ao 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar) de Dourados é insuficiente para o porte da cidade e ainda a abrangência do batalhão, que atende a Dourados, Caarapó, Douradina, Itaporã e oito distritos da região.

“Não é culpa do nosso comando, e sim da Sejusp [Secretaria de Justiça e Segurança Pública] que não está formando gente suficiente. Estamos em uma condição defasada. Temos uma geração velha de policiais que estão se aposentando e vão se aposentar em poucos anos, tivemos baixas por morte, invalidez, afastamento. Aí eles abrem concurso para 100 vagas, por exemplo, só que nós tivemos baixa de 200. É nesse nível, ou seja, não resolve nada”.

Lima citou vários exemplos que ilustram o baixo efetivo policial de Dourados e o prejuízo desse cenário ao trabalho preventivo da polícia e também ao próprio policial. São 360 policiais no batalhão divididos em diversas atividades, como destacamento para os demais municípios, escolta, policiamento em presídio e unidades educacionais, serviços administrativos em geral, entre outros.

“No fim de semana passado, tínhamos cinco presos no Hospital da Vida e dois policiais foram deslocados para fazer a escolta. Isso acontece com certa frequência, e toda vez que é necessária uma escolta deste tipo, significa uma viatura a menos na rua. Além disso, tem policial que chega a tirar mais de 12 horas de plantão cuidando de preso, porque não tem quem o renda”.

O sindicalista destacou também o impacto da falta de efetivo no trabalho preventivo. Na rua, diariamente, segundo informações do comando do 3º BPM, estão 50 policiais em seis viaturas além das motos e de outros dois veículos: um à disposição do Getam (Grupo Especializado Tático Motorizado) e outra da Força Tática.

“A viatura hoje sai com dois policiais, quando no mínimo deveria sair com três, o que é previsto na legislação inclusive. Você vai fazer uma abordagem, aí um policial precisa cuidar da viatura, e o outro vai abordar sozinho, sem cobertura. É uma condição de risco. Ou sai os dois e deixa a viatura sozinha. É muito complicado. Houve aumento na demanda, acompanhando o crescimento de Dourados que tem muitos bairros novos, a população da área urbana cresceu e a polícia tem que se fazer presente nesses bairros. E como a gente vai fazer um trabalho melhor sem gente? Hoje temos uma situação de ter viatura, mas não ter gente para sair com ela”, questionou Lima.

Por fim, o representante sindical comentou às críticas ao funcionamento 190 (confira matéria aqui).

“Existe uma linha morta aqui. As pessoas pensam que o pessoal não atende porque não quer, mas não é isso. É outro problema crítico e absurdo porque a população vê no telefone a chance de salvar sua vida, de sair de um apuro, e quando liga não consegue falar”, finalizou Lima.

POLÍCIA CIVIL

Amanhã, o Dourados News continuará abordando o tema segurança no município, agora voltado para a Polícia Civil.


Fonte:Dourados News


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