Notícias do Sinpol-MS

Presa é morta por outras detentas na Delegacia de Dourados

Uma mulher de 27 anos, presa ontem (21) acusada de envolvimento no estupro da filha de 11 anos, foi espancada até a morte por três detentas, na cela de número 3 no 1º Distrito Policial de Dourados.

 


Ela e o marido de 43 anos foram presos, em cumprimento a um mandado expedido pela Delegacia da Mulher. Ele, acusado de estuprar a enteada há cerca de um ano; a mãe, porque teria ignorado os apelos da filha. A menina acabou pedindo socorro a uma tia, que denunciou o caso à polícia.

 


Uma testemunha, disse que jamais viu tamanha violência. Segundo ela, a mulher implorava pela vida, mas morreu depois de ser espancada por uma hora e meia, levando socos, chutes, ter os braços e as pernas amarradas para trás e, finalmente, ser pendurada pelo pescoço na grade da cela.

 


Os gritos da mulher se perderam em meio à cantoria das presas.

 


As três detentas, JSE, de 30 anos, LS, de 27 anos, e MSM, de 23 anos, acusadas do espancamento seguido de morte, foram autuadas em flagrante pelo delegado Humberto Perez Lima, que abriu inquérito para apurar o caso.

 


De acordo com o SINPOL/MS, o fato corrobora mais uma vez o total descaso do Governo do Estado em relação à segurança pública.

 


Para o vice-presidente, Roberto Simião de Souza, a situação encontrada nas delegacias de polícia de Mato Grosso do Sul é lamentável. Para ele, a morte dessa presa poderia ter sido evitada, se a mesma estivesse em estabelecimento penal adequado.

 


“No ano passado, uma ação conjunta entre o SINPOL e a Secretaria de Segurança Pública conseguiu remover todas as presas do 1º DP de Dourados para o presídio feminino de Jateí, no entanto, pouco tempo depois, a delegacia voltou a abrigar detentas sob a alegação de que o presídio estava superlotado e não receberia mais presas”, explicou.

 


Ainda segundo Simião, as delegacias não possuem estrutura mínima para abrigar presos e os policiais civis estão assoberbados. “Os policiais são obrigados a custodiar os detentos, mas não foram treinados para isso”, disse.

 


Além disso, o vice-presidente explica que os policiais ficam no plantão para atender a população, cuidar dos presos, atender advogados e familiares dos presos que chegam a todo instante na delegacia.

 


“Enquanto o policial é desviado de sua função que é investigar os crimes praticados, em razão do déficit no efetivo, outros crimes estão acontecendo, inclusive dentro da própria carceragem, como esse último caso. O governo do estado precisa tomar providência emergencial para resolver essa situação caótica que vive o sistema carcerário em Mato Grosso do Sul”, declarou.

 


A atual diretoria do SINPOL vem lutando desde o início de sua gestão, em 2009, para retirar os presos das delegacias do estado, inclusive denunciando essas irregularidades nos órgãos competentes para que sejam tomadas as providências necessárias.

 


“Temos nos empenhado em retirar os detentos das delegacias para que o policial civil possa desenvolver seu trabalho de maneira satisfatória”, pontuou Roberto.

 

 

Com informações  Dourados Agora

 



Fonte:Sinpol/MS


volta ao topo