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Policial civil tenta ajudar casal refém das drogas

Campo Grande News.
Investigador Francisco de Melo.

Um lugar imundo e cheio de lixo. Logo na entrada da casa, que fica na Morenhinha II, a sujeira chega a dar náuseas, e de cara a gente se pergunta como alguém consegue viver ali. Mesmo com o caos, o dono do imóvel, um homem de 35 anos e a companheira de 27 anos, ambos usuários de droga, vivem no mais fiel retrato do abandono e do repúdio.

 


Os donos da casa vivem há mais de dois anos nessa situação. São usuários de pasta-base de cocaína. A casa reflete o estágio a que chegaram os dois, por causa da droga.

 


Durante um tempo sem água, os fundos da casa viraram uma latrina a céu aberto. O mau cheiro incomoda até os moradores mais distantes e a situação da residência virou caso de polícia.

 


Mas o que poderia terminar de forma trágica, por envolver desavença entre vizinhos, foi resolvido, temporariamente, com o trabalho de mediação, por meio da filosofia da polícia comunitária da 4ª Delegacia de Polícia Civil.

 


Responsável direto pela mediação entre os vizinhos e desenvolvendo um trabalho de tirar o chapéu, o investigador da Polícia Civil Francisco de Melo conta que da última vez os moradores foram até a delegacia dizendo que não aguentavam mais o mau cheiro da casa. “Eu vim até aqui e dei uma semana para que o dono fizesse a limpeza”.

 


Melo conta que orientou os vizinhos para que fizessem um abaixo-assinado que depois foi levado para o Posto de Saúde do bairro. De lá, o documento chegou ao setor de epidemiologia da Sesau que mobilizou o caminhão para recolher a sujeira. “Eu voltei na casa dele e expliquei a situação. Pedi para que ele assinasse um termo dando autorização para que nós entrássemos na casa para limpar. Ele aceitou”.

 


Na quarta-feira, logo cedo, o caminhão da Sesau estava transbordando e os funcionários tiraram um pouquinho de tudo de dentro do imóvel.

 


Francisco garante fazer um trabalho de formiguinha, mas está com a consciência tranqüila e acrescenta que o trabalho na casa de Wilson é paliativo. "É necessário mobilizar o poder judiciário para resolver a situação".

 


Segundo Melo, 92,5% dos homicídios começam em pequenos problemas. "Quando se atua antes que algo aconteça, a gente evita que o pior ocorra".

 


Propondo a existência de um núcleo de mediação, integrado com a polícia, que seja desenvolvido em associações de moradores ou outras entidades, Francisco garante que a filosofia de polícia comunitária é o que acontece nos países de primeiro mundo. "No japão, nos primeiros dois anos o policial só trabalha com conflitos comunitários".

 

 

Identificar, priorizar e resolver junto a comunidade são os princípios que Francisco desenvolve diariamente. “Meu trabalho é como de um beija-flor, levando a gotinha de água, fazendo minha parte, com a consciência tranquila".

 


Já conhecido como o policial comunitário, Francisco diz levar os valores cristãos a todo instante. "Não saio de casa sem ler a bíblia, sou catequista, ministro da Eucaristia e me envolvo mesmo. Tem muita gente que precisa".

 


Apesar do belo trabalho, ele sabe que situações como a casa da Moreninha II existem em vários pontos da cidade.

 


Com informações do Campo Grande News.
 

 



Fonte:Sinpol/MS


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