Notícias do Sinpol-MS

Policial civil morre após ser agredido em delegacia do MS

Sinpol-MS

É com enorme pesar que o Sinpol-MS informa o falecimento do investigador Anderson Garcia da Costa (37 anos) lotado na Delegacia de Pedro Gomes. Ele foi brutalmente golpeado na cabeça e no abdômen e em decorrência dos ferimentos faleceu durante a transferência do hospital de Coxim para Santa Casa de Campo Grande, onde receberia atendimentos médicos suplementares devido à gravidade.

Segundo o presidente do Sinpol-MS, Giancarlo Miranda, a categoria está profundamente consternada com o fato. “Nós alertamos inúmeras vezes da possiblidade de um fato dessa magnitude acontecer. Infelizmente, nosso companheiro foi vítima do descaso do Poder Executivo e Judiciário. Agora, clamamos para que a sociedade nos apoie na luta para retirar todos os presos das delegacias e que orem para que Deus console a viúva e o filho que não poderá conviver com o grande homem que o Anderson foi”, declarou emocionado Giancarlo. O investigador Anderson estava há menos de um ano na Polícia Civil e deixa uma viúva grávida.

Em menos de uma semana, esse foi o segundo caso de agressão à policial civil dentro de delegacia. No dia 21 de novembro em Itaquiraí, o investigador Arlei Marcelo Farias (38 anos) foi rendido e gravemente ferido no momento em que entregava as refeições para os 21 detentos custodiados na delegacia da cidade.

Tragédia anunciada

Em coletiva de imprensa realizada nesta semana, o Sinpol-MS alertou sobre o risco a que os policiais civis se expõem ao custodiar detentos e apresentou dados que comprovam o cenário caótico da custódia de presos nas delegacias de polícia em Mato Grosso do Sul. Das 51 delegacias, 29 estão com ocupação entre 12,50% a 450% excedente em sua capacidade. Na delegacia de Pedro Gomes constam 10 presos custodiados.

“Inúmeras vezes alertamos sobre o risco a que os policiais se expõem ao desempenhar uma tarefa para qual não foram treinados. O policial civil forma-se na academia para investigar, realizar prisões e elucidar crimes, não para custodiar presos. Nós cobramos das autoridades competentes que comecem imediatamente a retirada dos detentos das delegacias ou que coloquem agentes penitenciários dentro das unidades, pois eles são os profissionais que possuem essa função. Até quando esperaremos que os policiais civis paguem com suas vidas o descaso das autoridades?”, enfatizou o presidente do Sinpol-MS, Giancarlo Miranda.

Após reunião na noite desta quarta-feira (25), a diretoria do Sinpol-MS decidiu convocar a categoria para reunir-se em Assembleia com o intuito de deliberar sobre o tema, inclusive a possibilidade da entrega das chaves das celas das delegacias. “Nessa reunião a categoria será soberana para decidir qual será a atitude a ser tomada.”, afirmou o vice-presidente do sindicato, Paulo Queiroz.

A Assembleia Extraordinária será realizada nesta sexta-feira (27) às 11h30 na sede do Sinpol-MS em Campo Grande.


Casos de mortes

O investigador Anderson é o sexto caso de policiais civis assassinados no exercício da função em três anos. Relembre os outros casos:

José Nivaldo de Almeida (51) - 28/06/2015 - Investigador - lotado da Delegacia de Polícia de Tacuru. Assassinado enquanto intervinha em uma troca de tiros em um bar próximo a sua residência.

Cláudio Roberto Alves Duarte (39) – 18/03/2015 - Investigador - lotado na Delegacia de Polícia de Aral Moreira. Assassinado enquanto intervinha em um assalto em Ponta Porã.

Weslen de Souza Martins (35) – 12/03/2015 Investigador - lotado na Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo. Foi morto com três tiros disparados por um criminoso, ao tentar impedir um roubo a uma drogaria localizada em Campo Grande.

Marcílio de Souza (51) – 12/02/2014 - Perito papiloscopista - lotado na Delegacia de Polícia de Paranhos. Executado dentro de uma lanchonete quando voltava da Comissaria Paraguaia após informar o furto de um trator ocorrido no município de Sete Quedas (MS).

Dirceu Rodrigues dos Santos (38) – 28/01/2014 - Investigador - lotado na Derf . Morto com três tiros enquanto investigava um caso de roubo de joias em Campo Grande.
 

Fonte:Assessoria de Comunicação Sinpol-MS


volta ao topo