Maria Augusta

Na tarde de terça-feira (16), policiais civis frustraram uma tentativa de fuga de presos da Delegacia de Costa Rica.

De acordo com relatos, o barulho de algo raspando que vinha de uma das celas chamou a atenção dos policiais de plantão, que se surpreenderam ao ver um dos detentos dentro do banheiro abrindo um buraco na parede com uma barra de ferro. Havia muito concreto e tijolos espalhados pelo chão, e um buraco de aproximadamente 50 centímetros na parede.

Seis detentos que dividem a cela três se revezavam para abrir o buraco. Eles usaram pedaços de barra de ferro, retirados do suporte usado para fixar a televisão. A fuga estava programada para ocorrer na madrugada de ontem (17).

A Polícia Militar foi solicitada para dar apoio e todos os presos foram colocados nos corredores, para que fosse realizada uma busca minuciosa em todas as celas. O Juiz desta comarca Dr. Walter Arthur e o Promotor de Justiça Dr. George acompanharam o trabalho dos policiais.

Esta foi a terceira tentativa de fuga desde a inauguração da nova delegacia. Em duas delas, os detentos cavaram buracos na parede. Em outra ocasião, a fuga se daria mediante resgate por um bando armado. Todas as tentativas foram frustradas pela polícia. Os detentos envolvidos nas tentativas de fuga foram removidos para presídios no Estado.

O diretor de formação sindical do SINPOL/MS, André Bitencourt, explica que qualquer material colocado dentro das celas pode ser usado como ferramenta para tentar uma fuga. “As delegacias não foram construídas para abrigar detentos, por isso a segurança é frágil nas unidades e qualquer material se transforma em arma nas mãos dos detentos que ociosos, utilizam para tentar fuga das unidades”.

Por lei não poderia haver presos em delegacias, mas o descaso com a segurança pública faz com que os policiais civis deixem de executar suas funções investigativas para cuidar de detentos. Atualmente a delegacia de Costa Rica abriga 50 detentos.

“São inúmeros os problemas enfrentados nas delegacias do estado que dificultam a execução do trabalho policial, como a falta de viaturas, pneus carecas, desvio de função, superlotação, celas superlotadas e um péssimo salário, mas ainda assim, Mato Grosso do Sul possui uma das polícias mais eficientes do país”, disse Bitencourt.