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Policiais civis debatem precariedades de trabalho e falta de estrutura para desempenhar as (perigosas) funções

Sinpol-MS

No embate ideológico em que vivemos hoje, na maioria das vezes, há prejuízos graves à lógica e ao bom senso. Por que digo isto? Porque o policial, seja militar ou civil, costuma receber por parcela de pessoas ditas de esquerda, uma abordagem extremamente preconceituosa, considerando-o um agente perverso. Acho bastante injusta essa generalização, especialmente porque vejo essa profissão, que envolve sérios riscos à saúde e de acidentes, como uma das indispensáveis à paz social. Antes de entrar ao que nos interessa neste blog, que é SST, vou ao óbvio: há, sim, policiais corruptos e agressivos, que precisam ser expurgados da corporação, assim como há padres pecadores, que não merecem ser respeitados por seus fieis. Sigo. Em março, ocorreu uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, em que condições de trabalho de policiais civis foram tratadas entre os representantes presentes. O encontro foi liderado pelo Sindicato dos Policiais Civis do estado. Os principais pontos debatidos concentraram-se na questão da custódia de presos nas delegacias de Mato Grosso do Sul, o desvio de função dos policiais civis e as condições de trabalho da categoria profissional. Perguntei a Giancarlo Correa Miranda, policial civil e presidente do sindicato, quais são os riscos de acidentes que os policiais correm no exercício das atividades. “O policial civil trabalha com a sua vida. Então, o principal risco que ele corre é de perdê-la no exercício da profissão ou de ficar lesionado”, disse.

Ele argumentou que o policial, a todo o momento, está exposto, podendo ser alvejado durante o cumprimento de um mandado de prisão ou enquanto está prendendo um bandido, ou até mesmo quando está prestando atendimento a um preso custodiado na delegacia. “Em novembro de 2015, Mato Grosso do Sul registrou dois casos de agressão a policiais civis dentro das delegacias. Em 21 de novembro de 2015, o investigador Arlei Marcelo Farias, 38 anos, foi brutalmente ferido na cabeça com uma barra de ferro serrada da grande da cela da DP de Itaquiraí-MS, enquanto entregava a refeição noturna dos detentos. Ele vigiava, sozinho, os 21 detentos na unidade. Arlei passou por cirurgia e está se recuperando sem sequelas. No dia 25 de novembro, o investigador Anderson Garcia da Costa (37 anos), lotado na Delegacia de Pedro Gomes-MS, faleceu devido a diversos ferimentos causados por um preso na unidade que o agrediu durante um surto psiquiátrico”, relata.

Contra essa situação, entendo que medidas preventivas precisam ser tomadas para garantir a saúde e integridade físicas dos policiais, assim como há medidas contra o risco de acidentes de operários na indústria frigorífica, por exemplo. “É preciso investir na saúde física e psicológica dos policiais civis, dando melhores condições de trabalho e acabando com o desvio de função, principalmente a custódia de presos nas delegacias. Além disso, coletes balísticos de qualidade precisam ser fornecidos, pois há muitos casos de coletes vencidos. Mas, principalmente, dar suporte ao policial civil com atendimento psicológico e médico de fácil acesso, pois o cidadão que se propôs a arriscar sua vida em prol de uma sociedade mais segura merece ser valorizado e cuidado”, declara Miranda. Ele diz ainda que, mesmo não havendo levantamento estatístico, o sindicato tem constatado diversos casos de afastamentos devido ao estresse causado pela profissão, além de tendinite e lesão por esforço repetitivo. Preciso dizer mais alguma coisa, quanto às discriminações (ideológicas) dirigidas aos policiais?
 

Fonte:Blog Emily Sobral


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