Notícias do Sinpol-MS

Policiais civis de Dourados pedem exoneração e alegam falta de valorização

Arquivo Sinpol/MS
Dois escrivães pediram exoneração da polícia civil, em Dourados.

A falta de valorização, condições de trabalho precárias, escala de serviço exaustiva e o baixo salário, são as razões que levaram dois escrivães da polícia civil de Dourados a pedirem exoneração.

 

 

Policial desde 2004, Ângelo Magno Lins conta que há anos vê o seu trabalho e de outros colegas de profissão ser desvalorizado pelo governo estadual. “Além da falta de reconhecimento pelo trabalho de risco que exercemos, realizamos dupla jornada, atendendo na delegacia durante o expediente e depois na DEPAC (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) sem receber nada a mais por isso e sem ter um salário digno”, relata o ex-escrivão.

 


Ângelo conta que optou por ter qualidade de vida, o que infelizmente não é possível fazendo parte do quadro da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. “Sou formado em direito e fui aprovado no Exame da Ordem, portanto vou aproveitar essa oportunidade. Como escrivão estava completamente desmotivado e sem perspectiva”, explicou.

 


Além de Ângelo, Aquis Junior Soares também deve entregar seu pedido de exoneração ainda esta semana na Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e segundo ele, com a saída deles, a carga de trabalho dos colegas que ficam na delegacia deve se complicar ainda mais.

 


“Ficamos preocupados com os colegas que deixamos na delegacia, pois a escala de serviço já é muito exaustiva e agora com a saída de dois policiais de uma vez, é bem provável que fique ainda mais sobrecarregada”, desabafa o escrivão Aquis, que por enquanto, ainda faz parte do quadro da delegacia.

 


De acordo com um levantamento realizado no início deste mês pelo SINPOL/MS junto a representantes de sindicatos de cada estado do Brasil, Mato Grosso do Sul ocupa hoje, o 25º lugar no ranking de salários do país.

 


“A realidade dos policiais civis do estado é preocupante. Apesar de ser uma das polícias mais eficientes do Brasil, Mato Grosso do Sul paga aos policiais civis, o pior salário do Centro-Oeste e quase o pior do Brasil. Não é justo que nossos policiais continuem a receber um salário de fome, que mal supra as necessidades essenciais de uma família”, declarou o vice-presidente do SINPOL/MS, Roberto Simião de Souza.

 


Roberto explica que o sindicato vem lutando intensamente para reverter esta situação lamentável enfrentada pelos policiais civis sul-mato-grossenses. “Temos nos empenhado em fazer valer os direitos dos policiais civis do nosso estado, para que sejam bem remunerados, pois só assim, vamos continuar contando com uma polícia motivada e representando uma das mais eficientes do país”.

 


O vice-presidente lembra ainda que uma pesquisa recentemente mostrada pelo da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), do Ministério da Justiça apontou MS em 6º lugar no ranking nacional em resolução de casos de homicídios.

 

 

Reivindicação – Este ano a categoria reivindica um aumento salarial de 25% para que o salário inicial de um policial civil se equipare aos demais estados do Brasil.

 


Além do aumento, a categoria pede que o critério de promoção funcional, hoje avaliada pelos critérios de “antiguidade e merecimento” passe a ser automática, e somente pelo critério de antiguidade.

 


Segundo Roberto, as propostas apresentadas pela diretoria do sindicato foram rechaças pelo governador do estado, André Puccinelli.



Fonte:Sinpol/MS


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