Polícia de MS cai 6 posições em ranking salarial em 6 anos de Governo Reinaldo
Fonte: MidiamaxO mais recente balanço divulgado pela Cobrapol (Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis) aponta que a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul tem um dos piores salários do país. O Estado ocupa apenas a 21ª posição no ranking entre as 27 unidades federativas, bem diferente do que foi prometido pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) quando ainda era candidato ao Governo do Estado.
Em outubro de 2014, o chefe do Executivo Estadual assinou junto ao Sinpol-MS o compromisso de deixar a categoria entre os cinco maiores salários em seu mandato. “Valorização do policial civil através de uma remuneração digna, posicionando-a entre as cinco melhores do país”, dizia o primeiro de uma lista de 10 itens. À época, a Polícia Civil tinha o 15° salário do Brasil. Nestes 6 anos da atual gestão, caiu seis posições, parando na 21ª.
No entanto, de acordo com Giancarlo Miranda, presidente do sindicato que representa os policiais civis, a remuneração inicial é de R$ 4.527,80. A esse valor, soma-se R$ 100 de auxílio alimentação, R$ 100 de abono e mais R$ 200 de abono da Lei 4.868/2016, totalizando R$ 4.927,80. Porém, os descontos em média ultrapassam os 40%.
Ao todo, são descontados 2% de contribuição sindical, 22,5% do Imposto de Renda, 14% da previdência de MS e mais 7% do plano de saúde da Cassems. O total são 45,5% de desconto, quase metade do salário. “Na campanha de 2014, o Estado tinha o 15º salário do país. Não era tão bom, mas havia boas expectativas”, disse Giancarlo.
O sindicalista afirma que em 2018 ainda houve um pequeno reajuste por conta da inflação, mas ficou nisso. Consequentemente, o salário passou do 15º lugar para o 21º, como um dos piores salários iniciais entre as Polícias Civis do Brasil. “É uma situação totalmente oposta ao trabalho prestado por nossos policiais civis. Nossa Polícia Civil é a segunda do país em resolução de crimes graves”, destacou.
O salário ruim reflete na manutenção do efetivo, tendo em vista que alunos da academia que passam em outros concursos acabam abandonando a formação. Além disso, policiais se arriscam na informalidade atuando como seguranças particulares e abrindo pequenos negócios. “Não é certo, mas é a forma como muitos encontram para complementar a renda”, pontuou Giancarlo.
O sindicato trabalha ainda contra o projeto que aumenta a contribuição da previdência de 11% para 14%. “Fizemos o possível para barrar esse desconto, ingressamos com ação judicial; estivemos na Assembleia Legislativa, protestando e pedindo apoio dos deputados; fizemos em meio a uma pandemia até mesmo uma carreata, buscando sensibilizar a sociedade e deputados sobre a nocividade desta medida, em meio a uma crise sanitária sem precedentes, e continuaremos buscando meios para amenizar o impacto desse desconto”, afirma Giancarlo.
Apesar da defasagem salarial, Giancarlo reconhece que o Estado tem feito outros investimentos que melhoraram a qualidade de trabalho dos policiais. Delegacias foram reformadas, armas, equipamentos e viaturas foram disponibilizados ao longo destes dois mandatos de Reinaldo. “Sem falar que diminui muito o número de presos nas delegacias”.