Polícia Civil solucionou em 7 meses 30% mais homicídios do que ano passado
Mato Grosso do Sul é referência nacional em elucidação de casos de homicídio. A média nos outros Estados não ultrapassa 50%, já aqui tem uma média de 76% de homicídios solucionados em 2017 e com perspectiva de que esse número aumente ainda mais, com 80% este ano. Só de janeiro a julho deste ano, 279 registros de homicídio foram feitos, e destes 158 foram solucionados –76% de sucesso. Já no ano passado inteiro, de 587 homicídios registrados de janeiro até dezembro, cerca de 270 foram elucidados, o que representa 45%; aumento de 30% só nos sete primeiros meses do ano.
O primeiro semestre, principalmente nos últimos meses, foi marcado por casos chocantes de crimes que abalaram Campo Grande. Os registros de um morto a cada 34 horas no mês passado assustaram os moradores, que, apesar da dor, podem achar o mínimo de consolo na elucidação rápida dos casos.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Marcelo Vargas, a corporação tem procurado dar uma resposta rápida à sociedade e principalmente ao familiar da vítima. “Nós não podemos trazer a pessoa de volta, mas para a família saber o que de fato aconteceu minimiza o trauma, a dor de não ter nenhuma resposta”, disse.
Vargas conta ainda que a Capital agora tem um diferencial, o GOI (Grupo de Operações e Investigações), ligado ao plantão policial, ou seja, também equipado com viaturas e apetrechos da polícia; o grupo chega simultaneamente à cena do crime e começa a investigação de imediato. “Nós estamos tentando agir já na hora que chega ao nosso conhecimento, porque, quanto mais cedo se inicia a investigação de um crime, melhores resultados você tem, coisas não são perdidas. Quando você ouve testemunhas na hora, por exemplo, é muito mais fácil extrair informação do que quando passa alguns dias e a pessoa, muitas vezes com medo, começa a titubear”, explica.
Circuito de câmeras de residências e de comércios tem ajudado nas investigações
Para o delegado, além de melhorar os equipamentos, treinamento e estrutura da polícia, priozar o crime de homicídio é o foco atualmente. “Nós temos priorizado esses crimes porque entendemos que a vida é o maior patrimônio que existe, muito maior que coisas materiais, por exemplo; não que não damos atenção a outros crimes, mas homicídios são nossa prioridade.”
Outro fator que tem ajudado em conjunto a investigação feita pelas equipes é o cuidado dobrado das pessoas. Empresas e residências têm cada vez mais se prevenido individualmente.
Câmeras, alarmes, cerca elétrica e tudo o que o mercado disponibiliza hoje em tecnologia tem se aliado e ajudado muito para que nada passe despercebido. “Às vezes aconteceu um crime na frente de um local e ninguém viu, mas o vizinho tem câmera em casa e cede as imagens para que a gente possa analisar, já é um grande avanço”, disse o delegado.
Junto disso, a Polícia Civil tem disponibilizado na rádio “dicas da Polícia Civil”, em que orientações sobre como se portar na rua, o que fazer com objetos nos carros, visando sempre à segurança da população, têm sido veiculadas nas mídias de comunicação, para que a prevenção seja cada vez mais presente na vida das pessoas. “Nós agimos nas consequências, não tem como prever um crime, mas, com as dicas, esperamos que as pessoas se previnam e consigam evitar ao máximo uma exposição perigosa”, concluiu.