Pais e filhos policiais civis compartilham amor e dedicação à profissão
Na história da sociedade é comum vermos famílias tradicionais em um ramo de atividade econômica. Assim foi desde o início dos tempos quando o pai ensinava ao seu filho o seu ofício. Na sociedade contemporânea também observamos isso, não mais como a atividade que garantirá o sustento familiar, mas como um legado passado por gerações. Há famílias que se dedicam a trabalhar na área da saúde, educação, comércio e também na atividade policial. São pais, filhos, tios, sobrinhos e avós que compartilham o desejo de proteger as pessoas da criminalidade.
Em homenagem ao Dia dos Pais, vamos contar a história de dois policiais civis que através do seu exemplo e dedicação despertaram nos filhos a vontade de também serem policiais.
Amaury e Junior - O investigador aposentado Amaury Antônio da Silva (58) nasceu em Minas Gerais, mas passou a maior parte de sua vida em Mato Grosso do Sul. Com desejo de servir a sociedade, trabalhou por cerca de oito anos na Polícia Militar, antes de entrar na Polícia Civil em abril de 1987. Casado com Dona Nadir e pai de cinco filhos, sempre estimulou as crianças a estudarem e a ter bom caráter. “Nós passamos muitas dificuldades. Naquele tempo, o salário era muito menor do que hoje”, explicou Sr. Amaury.
Os filhos sempre ajudaram os pais nas atividades domésticas e já desde cedo nutriam o amor à polícia. “Eu me lembro deles, ainda pequenos, brincando de polícia no quintal. Quando eu ia pra casa descansar depois de dias fora trabalhando, eles corriam pra lavar a viatura”, conta.
Tanto trabalho e dedicação foram estímulos para que o filho mais velho, Junior (33), seguisse a vocação do pai. Ele trabalhou como operador de caixa e garçom antes de fazer o concurso. “O Junior trabalhou muito e sempre se esforçou para conseguir as coisas que queria”, destacou o Sr. Amaury. Quando fez o concurso para investigador em 2001, ficou na lista de remanescentes e já tinha perdido as esperanças de entrar na corporação quando finalmente foi convocado em 2005. “Quando me chamaram, eu estava totalmente desanimado, pois meu irmão tinha falecido há poucos meses. Mas meu pai me incentivou quando me lembro de como meu irmão e eu desejávamos ser policiais”, conta emocionado.
Na época, Junior não tinha recursos suficientes para pagar os exames admissionais, mas graças ao apoio de familiares e amigos conseguiram fazer todos a tempo. O ingresso na Polícia Civil foi motivo de alegria para toda a família. “Meu pai queria que eu seguisse outra carreira, mas eu queria ser policial. Prender os bandidos, lutar contra o mal mesmo. Quando a gente era criança, meus irmãos e eu brincávamos de polícia e bandido, mas eu sempre era o policial, claro!”, conta animado Junior.
Já com 10 anos na profissão e lotado na DP de Água Clara, Junior se sente realizado na profissão que escolheu. “Eu fiz o compromisso de manter o bom nome do meu pai e nunca decepcioná-lo. Eu sou investigador e quero continuar nas ruas trabalhando com aquilo que amo”. E já vê nos seus três filhos a vontade de ser policial igual era com ele. “É engraçado! Minha filha de dois anos brinca que está prendendo bandidos. Acho que ela também vai ser policial”, finaliza.
Francisco e Peterson dos Santos – o investigador aposentado Francisco de Assis dos Santos (62) desde criança queria trabalhar em algo em que pudesse servir e proteger as pessoas. Ele foi Policial Militar por 13 anos no Paraná, mas devido ao baixo salário da instituição resolveu fazer o concurso da Polícia Civil em Mato Grosso do Sul. “Naquela época, o salário daqui era praticamente o dobro do que eu recebia como cabo da Polícia Militar”, explica o Sr. Francisco.
Em Mato Grosso do Sul, encontrou tranquilidade e segurança para criar os quatro filhos. “Tenho duas moças e dois rapazes, mas só o Peterson quis seguir a mesma carreira de policial”, conta.
A admiração pelo pai levou Peterson Cazari dos Santos (35) a trabalhar na Segurança Pública. “Eu já conhecia muitos policiais devido à convivência com meu pai e os seus amigos. A gente acaba conhecendo muito da rotina de uma Delegacia e criando admiração pelo trabalho”, comenta. Ele fez o concurso da Agepen e da Polícia Civil na mesma época, mas foi convocado primeiro para Agente Penitenciário, tendo atuado por três anos em Ponta Porã.
Em 2004, foi convocado para a função de investigador e tem atuado na região de fronteira. Lotado atualmente em Itaporã, Peterson está cursando Direito com o objetivo de aprofundar seus conhecimentos e melhorar seu trabalho. “Mesmo depois que eu terminar a faculdade, pretendo continuar na carreira policial”, concluiu Peterson.
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