Ônibus de escolta de presos quebra novamente e delegacias 24h ficam lotadas
Vinte e três dias após o Midiamax denunciar a falta de viaturas e ônibus para transportar os presos que permanecem temporariamente nas duas delegacias 24h da Capital (DEPAC Centro e Piratininga), a situação continua a mesma. Nesta quinta-feira (25), eles somaram mais de 40 e, como o ônibus da escolta está com problemas, segundo a polícia, foi necessária a utilização de um coletivo da Acadepol/MS (Academia de Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul).
Segundo um dos policiais que realiza a transferência nesta manhã e que prefere não se identificar, o último recâmbio dos presos foi realizado na segunda (22), sendo que há dois dias as delegacias estão sem o serviço e por isso hoje estava sobrecarregada. Além disso, eles ainda foram buscar mulheres que estavam reclusas na 2ª Delegacia de Polícia da Capital.
“Continuamos desde aquele dia sem viaturas e o pior, correndo risco de vida porque este ônibus provisório não tem segurança alguma. Na verdade, se eles quiserem fugir, fogem”, desabafa um policial plantonista, que aguardava mais dois colegas para levarem os presos ao Imol (Instituto Médico Odontológico Legal) de Campo Grande.
O percurso, que deveria ser rápido por conta do risco de manter os presos em um ônibus sem segurança, na verdade, se estende por quase todo o dia. “Nós os levamos até o Imol, com uma requisição para fazer os exames de corpo e delito. Um a um eles fazem e depois de assinarem uma nota de culpa, os presos são entregues aos presídios de Campo Grande”, conta ao Midiamax o policial.
No último flagrante, a reportagem entrou em contato com o diretor geral da Polícia Civil, Jorge Razanauskas, e este informou que não se tratava de um problema recorrente, mas sim da transferência ser um dia após o feriado e por isso as celas estariam ‘um pouco’ cheias. A reportagem tentou ligar para ele novamente, mas o celular estava indisponível.
Na ocasião, os policiais civis estavam bastante indignados e um deles chegou a alertar uma senhora que queria fazer boletim de ocorrência, sobre um princípio de rebelião. Preocupada com o descaso, a categoria promete continuar com manifestos em Campo Grande, por melhorias salariais e das condições de trabalho, inclusive com indicativo de greve para o próximo mês.
Fonte:Midiamax