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NO CORREIO DO ESTADO: Policiais removidos depois de postagem contra traficantes

Ilustração

O delegado-geral da Polícia Civil, Marcelo Vargas Lopes, removeu três policiais lotados na Delegacia de Paranhos, na fronteira com o Paraguai, onde, no dia 14 de junho, o investigador Aquiles Chiquin Júnior, 34 anos, foi executado a tiros, a sangue frio. A suspeita é de que a morte possa estar vinculada a uma postagem feita por ele e colegas em uma rede social, na qual desafiaram traficantes que supostamente ordenavam toque de recolher a moradores região. Por este motivo, a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) considerou prudente a transferência, por questões de segurança. A decisão já foi publicada e, desde o início da semana, os servidores estão com dispensa de dez dias para cuidar da mudança e resolver questões pessoais. O delegado Adriano Garcia Geraldo, chefe da Delegacia de Polícia do Interior, esclarece que outros dois policiais devem ser removidos ainda nesta semana.

JUSTIFICÁVEL

O diretor disse que o Estado compreende a condição dos servidores e considerou pertinente a transferência de unidade. “São seres humanos que ficaram abalados com o ocorrido. Isso é normal e, sendo assim, autorizamos a transferência sem prejuízos para o atendimento público”, explicou. Os policiais substitutos já estão sendo escalados e devem ser transferidos para Paranhos no fim da semana que vem. Até lá, vão cobrir as ausências os agentes de unidades vizinhas que já estavam no local, prestando apoio às investigações sobre a morte de Chiquin. Ainda de acordo com o delegado, alguns servidores ainda resistem em serem lotados na fronteiras, por isso não será tão simples assim conseguir voluntá- rios. Porém, para que não haja demora, o Estado analisa a possibilidade de dar adicional para os agentes de segurança que atuam naquela faixa. “É muito difícil conseguir voluntários. Não só em Paranhos, mas para qualquer cidade da fronteira”, disse. A Polícia Militar foi procurada para falar sobre a situação de seus policiais na região e informou que não está sendo cogitada qualquer transferência com essa motivação.

Agente foi morto em academia

Formado na academia da Polícia Civil em 2015, casado e pai de um filho, Aquiles estava em uma academia localizada na Avenida Marechal Deodoro, centro de Paranhos. Ele foi surpreendido por dois pistoleiros armados com fuzis. A dupla invadiu o local e atirou diversas vezes contra o investigador, fugindo rumo ao município de Ypeju, no Paraguai, em um veículo Gol Vermelho ocupado pelo terceiro envolvido. Frequentadores da academia ficaram na linha de fogo e quatro deles, Marília Batista dos Santos, 32, Raphael Fernandes Carpes, 24, Guido Daniel Fernandes Bento, 18, e Pablino Yurtz Zarza, 23, foram feridos. A perícia criminal encontrou no local 60 cápsulas de fuzis deflagradas. Obviamente, nem todos os projéteis atingiram o alvo principal. O corpo do policial, principalmente as costas, ficou desfigurado. O crime ainda está sendo investigado, em busca de sua autoria.
 

Fonte:Correio do Estado


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