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NO CORREIO DO ESTADO: Governo do Estado promete negociação clara e “aumento justo”

Ilustração

O governo do Estado promete uma negociação salarial “transparente” com os sindicatos de servidos durante os meses de abril e maio, época de renegociação salarial, e que coincide com a queda na arrecadação de 9,1%. O secretário de Administração, Carlos Alberto Assis, deixou claro ontem que o governo vai “abrir” as contas ao servidores, para poder dar a eles “um aumento justo”.

Cauteloso, Assis espera um levantamento completo, de receitas e despesas do Estado, e aumentos salariais já negociados, para apresentar aos sindicatos. “O mesmo servidor que quer o aumento agora, se ele não receber o salário em dia, vai para a governadoria protestar”, exemplificou o secretário.
Assis lembra que a maioria das categorias de servidores já teve seus reajustes antecipados ainda no ano passado, concedidos pelo ex-governador André Puccinelli. No estudo que está em andamento, o Estado usará a média de reajuste dos servidores dos últimos anos, considerando ganho real e reposição de perdas inflacionárias. “Será tudo feito em conjunto, e já nas negociações que fizemos, mostramos que não temos problemas em conversar e falar a verdade”, afirmou o secretário.

No início do ano, o governo do Estado garantiu a reposição de 13,01% do piso nacional da educação aos professores do Estado, e ainda se comprometeu em conceder mais 11% de reajuste até o fim do ano. “Somos um dos poucos Estados do Brasil que já garantiram os 13,01% aos professores”, afirmou Assis. “O dobro da inflação”, completou. A queda de receita no Estado foi de 9,1%. No primeiro bimestre deste ano, entraram nos cofres estaduais R$ 1,283 bilhão, contra R$ 1,412 bilhão no mesmo período do ano passado.

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O vice-presidente do Sindicato do Policiais Civis de MS (Sinpol-MS), Roberto Simião, afirma que audiências têm sido marcadas com a Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização (SAD), mas que é preciso cobrar as promessas do governo para garantir o reajuste e os direitos dos trabalhadores

“A gente tem acompanhado o governador Reinaldo Azambuja dizendo que o Estado passa por dificuldades e queda de arrecadação, o que poderia interferir nos reajustes salariais, mas hoje Mato Grosso do Sul aplica apenas 38% da receita líquida na folha de pagamento e a Lei de Responsabilidade Fiscal permite até 49%. Acreditamos que existe uma folga considerável para o governo garantir os pagamentos. Não tem desculpas”, insistiu Simião.

Os policiais civis pedem o reajuste mais alto entre as categorias sindicais - 18,5%.

Os policiais militares e bombeiros ainda aguardam uma audiência para apresentar os pedidos que incluem reajuste salarial, melhoria das condições de trabalho e um plano de ascensão profissional. “Nós vamos propor um reajuste que leve em conta a inflação e a receita líquida que pode ser gasta em pessoal. O estudo está pronto, mas vamos esperar a audiência com o governador”, afirmou Edmar Soares, presidente da Associação de Cabos e Soldados (ACSMS). Cerca de 9 mil militares aguardam pelo reajuste de maio.

As demais categorias devem seguir o reajuste também pelo índice de inflação de 7% pedido pela Federação Sindical dos Servidores Públicos Estaduais e Municipais de Mato Grosso do Sul (Feserp), que representa cerca de 25 mil servidores estaduais de diversas categorias. O presidente da Federação, Rudney Vera de Carvalho, afirma que o reajuste inflacionário é mínimo que o governo deve garantir, e que um diálogo está sendo estabelecido para corrigir “distorções” salariais dos últimos anos.

“Existe uma diferença de até 200% entre os salários dos servidores. Nós queremos corrigir isso, garantir a isonomia entre os valores pagos”, explica Carvalho. O presidente ainda afirma que o governo tem se mostrado aberto às solicitações e que já teria sinalizado a garantia do reajuste. “O governo tirou o ônibus do servidores do Parque dos Poderes para garantir a economia necessária para o pagamento do aumento dos salários. Só por isso concordamos com a ação, porque entendemos que existe essa contrapartida”, argumentou Rudney.
 

Fonte:Lairtes Chaves e Eduardo Miranda - Correio do Estado


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