NA MÍDIA: Além de sucateadas, viaturas andam ‘na reserva’
Assim como a Prefeitura de Campo Grande, o governo do Estado também está racionando combustível dos carros oficiais para contenção de gastos. A medida acaba prejudicando alguns serviços essenciais à população e o Executivo não tem previsão de quando a situação será normalizada.
A segurança pública é a mais afetada. Na Polícia Civil, por exemplo, a quantidade liberada para abastecer as viaturas caiu para menos da metade. “Realmente o Estado quer diminuir despesas de vários setores. Um deles é a segurança pública. Já conversamos com o delegado-geral, pois realmente reduziu muito o combustível. O normal são de 40 a 50 litros por semana e agora repassam 15 litros por semana”, disse Alexandre Barbosa, presidente do Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul).
Para não ficarem parados, policiais tiram dinheiro do bolso para abastecer viaturas. “Em alguns casos, o veículo chega a ficar sem combustível, tem muitos policiais que tiram do bolso, pois querem trabalhar, mas a nossa orientação é que não façam isso. Quando existe alguma urgência, precisa ligar para o gestor de frota para liberar, mas às vezes não atendem também. Pedimos providências e que regularize a situação. Os órgãos de emergência precisam de estrutura”, ressaltou Barbosa lembrando também da situação precária dos veículos por falta de manutenção periódica.
“A manutenção de viaturas também não tem. Às vezes tem quatro equipes para trabalhar, mas só tem uma viatura. E são coisas simples que não arrumam”, completou.
PM diminuiu o trabalho ostensivo para guardar gasolina para emergências
A situação não é diferente com a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, afirma Edmar Soares da Silva, presidente da ACS-MS (Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul). “Existe um racionamento em todo Estado e isso acaba trazendo um certo prejuízo à sociedade de um modo geral. Pelo que nos chega, em algumas situações o racionamento impede as rondas mais constantes”, comentou.
Enquanto isso, equipes precisam mudar forma de agir. “É determinado que a viatura, da Polícia Militar no caso, fique em um local de visibilidade. Até fazem policiamento ostensivo, mas em menor número. Mesmo que haja uma emergência, se a viatura já abasteceu a cota do dia, precisa pedir autorização à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública)”, exemplificou Edmar.
Já no caso dos bombeiros, o impacto acaba sendo menor por conta das ações serem mais localizadas. “Com os bombeiros é um serviço de ocorrência localizado, mas não chegou ainda notícia de falta de combustível. Mas, sabemos que há o racionamento nas duas corporações”, disse.
Governo afirma ser apenas um ‘controle de gastos’
De acordo com Carlos Alberto Assis, titular da SAD (Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização), a palavra “racionamento” não é a que melhor explica a medida tomada pelo governo do Estado para economizar dinheiro.
“Não existe racionamento, existe controle de gastos. Prova que precisa (de combustível) e estudaremos”, disse o secretário. Já sobre prazos para normalizar a situação e as viaturas do Estado voltarem a ter o “tanque cheio”, Assis diz que trabalho está sendo feito, mas não afirma nenhuma data concreta. “Este trabalho é diário”, resumiu sem confirmar se todas as pastas estaduais passam pelo mesmo corte de gastos. (LA)
Fonte:Jornal O Estado MS