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MS é o 5º no ranking nacional de denúncias ao ‘Disque 180’

Divulgação

 O Estado do Mato Grosso do Sul ocupa a 5ª posição na classificação nacional de acesso ao Disque 180, que é um serviço nacional de denúncias de violência contra as mulheres. Em números absolutos, houve 8.958 atendimentos em Mato Grosso do Sul no ano de 2013. Dentro do ranking nacional, a cada 100 mil mulheres, 728,79 procuraram o serviço, segundo o balanço.

A capital do Estado, Campo Grande, se destacou entre os municípios que procuraram o serviço. Com taxa de registro de 1.087,36 por 100 mil mulheres, o município lidera a classificação estadual. Rio Negro e Deodápolis vêm logo em seguida, apresentando taxas de 739,52 e 632,81 respectivamente.

Dourados aparece na classificação geral em 18º lugar entre as cidades de MS que mais procuraram o serviço nacional. O número pode ser um indicativo de que poucas mulheres ainda desconhecem o serviço na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, já que a cidade é a segunda em assassinatos contra mulheres, segundo o Mapa da Violência do Ministério da Justiça.

De acordo com relatório do Disque 180, das 99.726 mulheres moradoras no município, 415 procuraram ajuda através do serviço 180 no ano de 2013. A taxa foi de 416,14 mulheres vítimas de violência para cada grupo de 100 mil habitantes.

Serviço

Além de vítimas e testemunhas de todo o país, brasileiras em Portugal, na Espanha e na Itália podem usar o serviço, que funciona no Distrito Federal e conta com 195 atendentes, todas mulheres, que recebem ligações todos os dias da semana, 24 horas por dia. Os dados referentes ao ano passado incluem parte do serviço Ligue 180. Em março, o serviço passou a ser chamado Disque 180. Deixou de apenas dar orientações de como proceder, às mulheres ou testemunhas, e passou a colher o primeiro depoimento, que pode servir para a abertura de um processo na polícia.

Violência

Hoje, Dourados é considerada a segunda maior cidade do Estado em número de assassinatos contra mulheres. O município fica atrás apenas de Ponta Porã (na fronteira com o Paraguai), que é a mais violenta do Estado, segundo o Mapa da Violência 2012, elaborado pelo Instituto Sangari com o Ministério da Justiça.

Em 2014, os números seguem crescendo. Já nos dois primeiros meses do ano, a Delegacia da Mulher de Dourados registrou 232 casos somente de violência doméstica. Isto sem contar com os casos registrados, como agressões ou tentativas de homicídio contra mulheres.

Falta de estrutura

As Normas Técnicas de Padronização das delegacias da Mulher, documento do Ministério da Justiça aponta que Dourados deveria ter duas delegacias especializadas para o atendimento às vítimas de violência, sendo uma delas funcionando em plantão 24h.

Isto porque, para uma população de até 300 mil habitantes, está prevista na Legislação duas Delegacias da Mulher, com no mínimo três delegados, 42 agentes policiais, quatro apoios administrativos e dois serviços gerais. Com uma população de mais de 200 mil habitantes, hoje Dourados conta com apenas uma delegacia, funcionando sem sede própria, em local improvisado. O mais grave disso, é que a unidade presta atendimento somente em horário comercial, ou seja, ou seja, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Para a presidente da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil, Édna Bonelli, sem a Delegacia da Mulher 24h, a estrutura não cumpre o papel pelo qual foi criada.

“As delegacias especializadas foram criadas para evitar que as mulheres passassem por constrangimentos e vergonha nos plantões gerais. É importante salientar que para preservar este direito é necessário que este serviço de proteção seja ininterrupto, já que a violência não tem horário para acontecer e a mulher pode ser agredida à noite, no feriado, na hora do almoço e justamente nestes períodos a Delegacia da Mulher está fechada”, destaca.

Na Câmara Federal, o deputado Geraldo Resende anunciou recentemente um recurso para a construção de uma nova Delegacia em Dourados, cujas obras devem começar nos próximos meses. A luta agora, segundo ele, é para que o Governo do Estado coloque a estrutura para funcionar 24h. Ao O PROGRESSO, o governador André Puccinelli diz que não tem previsão de implantar o serviço em Mato Grosso do Sul, porém garantiu que um estudo vem sendo realizado para verificar a necessidade da implantação do serviço nos municípios do Estado e quais deles serão prioridade.

Fonte:Do Progresso


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