MPE vai cobrar Estado sobre atendimento na unidade de perícia e identificação
Instaurado pela 10ª Promotoria da comarca de Dourados, que cuida dos feitos referentes à cidadania, ao consumidor e aos Direitos Humanos, o procedimento preparatório nº 14/2014 do MPE (Ministério Público Estadual) vai apurar o mau atendimento e a insuficiência de pessoal na Urpi (Unidade Regional de Perícia e Identificação Civil) da cidade. O prédio de quase R$ 900 mil foi entregue em 2012 e apresenta vários problemas desde então. O procedimento foi publicado ontem no Diário Oficial.
O IML (Instituto Médico Legal), por exemplo, tem um espaço específico na unidade, mas nunca entrou em operação, obrigando peritos a trabalharem na base do ‘improviso’ em funerárias e hospitais, conforme denunciado pelo Sinpol/MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul). O serviço de identificação civil também enfrenta problemas, com número insuficiente de servidores – ainda de acordo com o sindicato – para atender a demanda, o que impõe uma espera de horas e até mesmo dias à população, além da sobrecarga aos servidores.
As duas situações, consideradas as mais críticas pelo Sinpol/MS, foram relatadas em várias oportunidades em reportagens anteriores do Diário MS. A Vigilância Sanitária já chegou a notificar a Coordenadoria Geral de Perícias da Sejusp/MS (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), responsável pela gestão da unidade, após serem constatadas várias irregularidades sanitárias em setembro do ano passado.
Presidente da Apol/MS (Associação dos Peritos Oficiais de Mato Grosso do Sul), Antônio Cesar Moreira de Oliveira comentou a entrada do MPE no caso. “Temos sempre reivindicado mais profissionais não apenas para Dourados, mas para todo o Estado. Em Dourados acompanhamos essa situação e viemos cobrando providências do Estado desde então, sem termos uma resposta. Acredito que com o Ministério Público envolvido, a coisa possa andar finalmente em favor dos servidores e da sociedade principalmente”, avaliou o sindicalista.
O Diário MS procurou o promotor responsável pelo procedimento em busca de mais detalhes sobre a investigação, mas foi informado de que não seria possível um contato até o fechamento desta edição. Também procurada pelo Diário MS, a assessoria da Sejusp/MS encaminhou a reportagem para um contato com a Coordenadoria Geral de Perícias, mas nenhum representante foi encontrado para comentar a investigação do MPE até o fechamento desta edição. (Thalyta Andrade, de Dourados)
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