Mortes em serviço, suicídios, estrutura precária na PC revelam uma realidade cruel
No primeiro semestre de 2014 os dados não foram nada otimistas quanto à saúde pública do sistema policial no estado. De janeiro pra cá, foram quatro policiais civis mortos em serviço e dois suicídios, um quadro preocupante.
Segundo a diretoria do Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), a Segurança Pública do estado só disponibiliza atendimento psicológico quando o próprio policial procura, caso contrário, não existe nas delegacias um acompanhamento rotineiro, o que seria o ideal.
“O trabalho de um policial é estressante. Problemas pessoais e profissionais, estes dois fatores acumulados podem desencadear algum tipo de transtorno que precisa ser observado por especialistas, chega uma hora que o policial não agüenta mais”, desabafa o presidente Alexandre Barbosa.
A realidade
Em reunião com o delegado-geral da polícia civil realizada no início deste mês, Barbosa cobrou mais uma vez que o governo do estado crie políticas públicas para atendimento psicológico dos servidores, a fim de evitar situações trágicas.
O presidente ainda comenta que os policiais têm trabalhado no limite, e que a principal dos motivos de estresse, é a falta de efetivo. “As delegacias do estado estão sucateadas. Falta efetivo, as viaturas estão com pneus carecas, sem mecânica, o combustível está racionado, as armas não tem munição, policial está cuidando de preso quando era para estar na rua investigando. Há um déficit de mais de 1.300 policiais, e para piorar o governo tem postergado a chamada de 579 servidores há dois meses, o que aliviaria um pouco a situação”, desabafa.
Relembre os casos
Neste mês, os investigadores Allan Martia, 33 e Bruno Leandro da Silva, 32 foram encontrados mortos. Segundo a polícia ambos os casos foram suicídio. Martia era lotado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro de Campo Grande, já Silva estava lotado na DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Fátima do Sul.
Além dos dois suicídios, houve quatro casos de policiais mortos em diligência: Dirceu Rodrigues dos Santos, Marcílio de Souza, Weslen Souza Martins e Maurício Bortoluzzi Cadore.
Fonte:Assessoria de Comunicação Sinpol-MS