A Cobrapol recebeu a informação de que o ministro da Justiça, André Mendonça, enviou ofício ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pedindo a inclusão das forças policiais entre as prioridades para a vacinação contra a Covid-19.

O gesto atende a um pedido da Confederação apresentado ainda em reunião realizada no dia 11 de fevereiro, quando os presidentes da Cobrapol, André Luiz Gutierrez, da Adepol (Associação dos Delegados da Polícia Civil), Rodolfo Laterza, e da Feneme (Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares), Marlon Jorge Teza, reuniram-se com a equipe do Ministério da Justiça, diretamente representando o ministro André Mendonça, para tratar da prioridade aos policiais no plano nacional de imunização.

No ofício, Mendonça apresenta relatos do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública (Consesp) sobre a situação dos profissionais com o avanço da Covid-19. Justifica que as medidas sanitárias para controle da pandemia, incluem, muitas vezes, “a realização de procedimentos pré-hospitalares de urgência realizados pelas forças policiais, somados ao transporte de enfermos entre estados e municípios”, devido a alta ocupação dos leitos em algumas localidades.

“O contato diuturno dos profissionais de segurança pública com o público acarreta altos riscos de contaminação”, diz o texto.  De acordo com Mendonça, o Consesp se compromete com o estabelecimento de prioridades de vacinação entre os servidores da segurança pública, “partindo por aqueles em exercício de atividades presenciais, na linha de frente, no atendimento direto ao público, e ainda com os de idade mais avançada”, considerou o ministro.

Gutierrez manifestou-se publicamente agradecendo “o gesto do ministro, pois seria absolutamente inaceitável que os profissionais de segurança pública, que continuaram desempenhando normalmente suas atividades, agravadas pela pandemia, continuarem sendo discriminados na imunização que acontece em todo país”.

O presidente da Cobrapol lembrou expediente encaminhado ainda em 2020 ao ministro da Saúde solicitando a inclusão dos policiais civis e demais profissionais da segurança pública nacional entre os grupos prioritários a serem vacinados.

O Ministério da Saúde chegou a confirmar, através de duas Notas Técnicas, a inclusão das Forças de Segurança e Salvamento entre os grupos especiais a serem atendidos com prioridade no Plano Nacional de Imunização, “no entanto, a decisão não saiu ainda do papel”, segundo Gutierrez.

As entidades representativas da segurança pública chegaram a denunciar o fato do governo ter incluído a população carcerária, por exemplo, entre as prioridades na vacinação. De acordo com Gutierrez, “essa foi uma inversão total das prioridades, que esperamos agora ser revertida em defesa daqueles policiais que estão nas ruas todos os dias defendendo o cidadão e a sociedade, mantendo funcionando plenamente esses serviços essenciais”.