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Mesmo ocupando o topo nacional na elucidação de inquéritos por homicídios, policiais civis enfrentam situação caótica nas delegacias do MS

Sinpol/MS
Depac Centro.

O presidente do SINPOL/MS, Alexandre Barbosa da Silva esteve na tarde de hoje (09), na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário – Centro onde presenciou uma situação caótica. Por atender em caráter de plantão, a DEPAC é uma das unidades policiais por onde passa o maior número de pessoas acometidas por algum tipo de crime na capital.

 


A delegacia que chega a registrar uma média de 80 Boletins de Ocorrência diariamente, conta com o efetivo policial extremamente reduzido.

 


“Constatamos que atualmente, as equipes trabalham com 04 investigadores, 02 escrivães e 01 delegado, quando o ideal seria de pelo menos 10 investigadores, 04 escrivães e 02 delegados para atender a demanda”, disse Barbosa.

 


De acordo com o presidente do sindicato, o déficit no efetivo compromete o trabalho da polícia civil e prejudica principalmente a população que aguarda ansiosamente pela elucidação dos crimes. “Como o efetivo policial é deficitário, a polícia muitas vezes deixa de realizar sua função principal que é a investigação dos crimes para cuidar de presos, por exemplo, embora essa não seja sua atribuição”, explica.

 


No período noturno, a situação se agrava ainda mais, pois além da DEPAC centro, a única unidade policial que permanece aberta para atendimento ao público, é a delegacia localizada no Bairro Piratininga, que por ser distante, acaba sobrecarregando a unidade central.

 


Estrutura – A falta de efetivo não é o único entrave enfrentado pelos policiais civis. Como na maior parte das delegacias de polícia de Mato Grosso do Sul, a estrutura física também é um grave problema.

 


Faltam materiais básicos de escritório, como sulfite, além de computadores, lâmpadas, ar condicionado entre outras coisas.

 


Outro grave problema frequente é a falta de água. “Tem dia que não tem água nem para fazer a limpeza dos banheiros. É muito difícil trabalhar com essas condições, chega a ser desumano” denuncia um dos policiais.

 


A diretoria do SINPOL tem percorrido as delegacias de todo o estado, para verificar in loco quais as principais necessidades de cada unidade na busca de conquistar melhorias para a categoria, mas reclama da falta de valorização do profissional da segurança pública.

 


“Como uma polícia que está em sexto lugar no ranking nacional dos estados que mais concluem inquéritos de homicídios, pode receber um dos piores salários do país?”, questiona o presidente.

 


A informação citada por Barbosa foi divulgado recentemente pelo Inqueritômetro, da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp). Segundo a publicação, Mato Grosso do Sul atingiu a Meta 2 do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) com 94,3% de solução dos processos.

 


“Temos lutado no decorrer dos anos para que o governo do estado valorize o policial civil, de forma que seja reconhecido o nível superior, que ofereça condições dignas de trabalho e que os policiais recebam uma remuneração condizente com o risco que correm, devido à profissão”, desabafou o presidente.

 



Fonte:Sinpol/MS


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