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Juntas e mais fortes, na polícia e na sociedade

por Maria Ester Jardim Rossoni (Agente de Polícia Científica de Ponta Porã)

Foram diversos os movimentos sociais banhados a lágrimas, suor, sangue e até mortes ao longo da História Mundial que culminaram na data que hoje comemoramos: 8 de março, o dia da Internacional da Mulher. Ao longo dos tempos, as mulheres mobilizaram-se para a conquista de direitos numa sociedade que foi construída a priori por homens e para os homens, onde elas sofriam grandes restrições e discriminações.

Foram juntas, agrupadas, reunidas, uníssonas que muitas mulheres lutaram e conseguiram em algumas sociedades, direitos básicos e fundamentais como o voto, o direito ao mesmo salário e carga horária de trabalho que os homens, entre outras conquistas. Quando falamos em lutas feministas nos referimos a uma busca constante de uma sociedade mais justa, igualitária, sem violência de gênero, física e psicológica.

E é nesse contexto da luta por um espaço igual ao do homem que são forjadas as policiais civis de Mato Grosso do Sul, que buscaram ingresso em uma instituição onde a porta de entrada da mulher é a mesma que a do homem. Através do esforço pessoal, intelectual e físico as mulheres pertencentes ao quadro de policiais civis de nosso Estado buscam nas suas tarefas diárias dentro da Polícia, mostrar que estão tão preparadas quanto, que são tão capazes quanto, e que são tão policias quanto os homens.

A mulher policial que prende criminosos, materializa crimes horrendos, troca tiros com bandidos, desvenda mistérios, investiga, se infiltra, convive com delinquentes e vítimas nas suas histórias de dores e horrores mais profundos, é a que transcreve ao inquérito policial a verdade para se fazer justiça, é a policial que tem várias lutas e várias causas.

Esta mulher batalhadora é a Investigadora, que depois de uma campana retorna ao seu lar cansada mas mesmo assim faz a tarefa com o seu filho, sem demonstrar exaustão.

Esta mulher guerreira, é a Escrivã, que transcreveu com ricos detalhes o depoimento de um assassino confesso de um feminicídio, com requintes de crueldade, e logo após se dirigiu para a primeira consulta de pré-natal.

Esta mulher acima de seu tempo é a Agente de Polícia Científica, que depois de fotografar uma chacina de uma família inteira, voltou para seu lar e fez o jantar.

Essa mulher é a Perita Papiloscopista, que após coletar as digitais de um cadáver em um local de crime, vai ao supermercado fazer compras para sua família.

O ambiente de trabalho não é fácil, mas quem disse que elas procuram facilidade? A policial civil escolheu esta instituição justamente por ter a certeza que é merecedora da igualdade de condições, ela é multifacetada, faz mil coisas ao mesmo tempo, concilia sua casa, filhos, marido, namorado, amigos e não esquece da magia de ser mulher, da seu toque feminino e compreensivo em tudo que faz.

Todas elas são mulheres que lutam pela manutenção de seus direitos previdenciários, pela melhoria salarial, por condições de trabalho digno, são mulheres engajadas nas lutas sindicais, pois de luta elas entendem, e assim como suas ancestrais, que conquistaram os direitos básicos, estas não medem esforços para a manutenção e ampliação dos seus direitos.

Juntas e mais fortes, na polícia e na sociedade, a mulher policial civil é - sem dúvida alguma - exemplo de luta, persistência, conquistas passadas e futuras que, através do movimento sindical e feminino, se ampliarão.

O Sinpol parabeniza a todas as mulheres policiais por esse dia.


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