Heróis Esquecidos
Por Giancarlo Miranda
O que se viu nesses últimos dias foi a comoção generalizada em virtude da violência desmedida que tomou conta de Mato Grosso do Sul, muito em razão do latrocínio que vitimou dois jovens em Campo Grande. É de ser estabelecido que a imediata e pronta reação da polícia civil e dos demais órgãos de segurança de nosso estado possibilitou a prisão dos autores de crime tão bárbaro. Outro caso que não pode deixar de ser mencionado trata-se da morte de um policial civil em Tacuru, Miguel Honorato Abreu Holsbach, cujo motivo foi a vingança de sua investigação, pois havia esclarecido a autoria de um homicídio. Nesse caso, não houve uma ampla repercussão na mídia e nas redes sociais, mas sem dúvida nenhuma é emblemático e mostra a luta diária dos policiais civis contra a criminalidade e como se tornaram reféns do próprio trabalho.
Exemplar! Esse é o vocábulo mais correto para se empregar quando se refere a polícia civil, desde os investigadores, escrivães, papiloscopistas, agentes de polícia científica, peritos até os delegados, todos no mister essencial de investigar e solucionar as infrações penais. Em Mato Grosso do Sul, mesmo com efetivo reduzido e déficit de estruturas, a polícia civil demonstra heroísmo ao deixar de lado todas as dificuldades para dar a resposta de que a sociedade tanto anseia. O povo precisa e clama por uma polícia eficiente e que atue em favor do cidadão.
No entanto, a verdadeira atenção deve ser voltada para o profissional da segurança pública, no caso o policial civil, ou seja, o cidadão cujo trabalho é extremamente cobrado e exigido pela sociedade, vivendo em permanente tensão. A falta de valorização é visível, tendo em vista que trabalhando com baixos salários, em escalas que superam a sua carga horária e ainda por muitas vezes em desvio de função, quando se cuida de presos em delegacias, a pessoa que está ali fica a mercê de seu grande preparo psicológico e da vontade de ser policial. Quem são essas pessoas? Não é exagero afirmar que são na realidade super-homens e supermulheres, pois somente através delas a justiça é realizada e a sociedade mantém-se segura.
Ao passo que temos uma das polícias civis de melhor eficiência do Brasil, é também uma das que mais carece de valorização. Precisa-se urgentemente de políticas públicas de valorização do policial, como na formação com realização constante de cursos de aperfeiçoamento, no ingresso de mais servidores na instituição, para que não se chegue ao ponto de fechar delegacias e, sobretudo, na valorização da carreira, visto que hoje em dia o salário da polícia civil de MS não passa da 20ª colocação do ranking nacional.
Não é necessário aguardar outros crimes de grande vulto acontecerem, nem esperar que outros policiais sejam mortos por desempenharem suas funções com galhardia. Há a indispensabilidade de se ter planejamento voltado para o profissional, para a pessoa fundamentalmente. Afinal, policiais não são máquinas, são sim parte da sociedade que se imbuiu em ser integrante de um órgão cuja missão principal é servir e proteger, mesmo que para isso, arrisquem diariamente suas vidas.
Giancarlo Corrêa Miranda – escrivão de polícia e diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (SINPOL/MS).
Exemplar! Esse é o vocábulo mais correto para se empregar quando se refere a polícia civil, desde os investigadores, escrivães, papiloscopistas, agentes de polícia científica, peritos até os delegados, todos no mister essencial de investigar e solucionar as infrações penais. Em Mato Grosso do Sul, mesmo com efetivo reduzido e déficit de estruturas, a polícia civil demonstra heroísmo ao deixar de lado todas as dificuldades para dar a resposta de que a sociedade tanto anseia. O povo precisa e clama por uma polícia eficiente e que atue em favor do cidadão.
No entanto, a verdadeira atenção deve ser voltada para o profissional da segurança pública, no caso o policial civil, ou seja, o cidadão cujo trabalho é extremamente cobrado e exigido pela sociedade, vivendo em permanente tensão. A falta de valorização é visível, tendo em vista que trabalhando com baixos salários, em escalas que superam a sua carga horária e ainda por muitas vezes em desvio de função, quando se cuida de presos em delegacias, a pessoa que está ali fica a mercê de seu grande preparo psicológico e da vontade de ser policial. Quem são essas pessoas? Não é exagero afirmar que são na realidade super-homens e supermulheres, pois somente através delas a justiça é realizada e a sociedade mantém-se segura.
Ao passo que temos uma das polícias civis de melhor eficiência do Brasil, é também uma das que mais carece de valorização. Precisa-se urgentemente de políticas públicas de valorização do policial, como na formação com realização constante de cursos de aperfeiçoamento, no ingresso de mais servidores na instituição, para que não se chegue ao ponto de fechar delegacias e, sobretudo, na valorização da carreira, visto que hoje em dia o salário da polícia civil de MS não passa da 20ª colocação do ranking nacional.
Não é necessário aguardar outros crimes de grande vulto acontecerem, nem esperar que outros policiais sejam mortos por desempenharem suas funções com galhardia. Há a indispensabilidade de se ter planejamento voltado para o profissional, para a pessoa fundamentalmente. Afinal, policiais não são máquinas, são sim parte da sociedade que se imbuiu em ser integrante de um órgão cuja missão principal é servir e proteger, mesmo que para isso, arrisquem diariamente suas vidas.
Giancarlo Corrêa Miranda – escrivão de polícia e diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (SINPOL/MS).