Golpe do emprego imediato capta interessados após pagamento de R$ 150
Desconfiada do anúncio de emprego para recepcionista e porteiros, uma leitora do Midiamaxentrou em contato para denunciar suposta empresa que contrataria somente após o interessado pagar R$ 150 por um curso.
“Mas como assim eu tenho que pagar para passar por uma seleção?”, questionou a leitora que não quis se identificar.
Desempregada há menos de um mês, a leitora de 29 anos procurava vaga de recepcionista em um jornal impresso e ao enviar um email para o contato do anúncio vagainicioimediato67@gmail.com recebeu a resposta de que o contrato só seria firmado após o pagamento deste curso online.
A reportagem então também enviou um email para o mesmo contato e a promessa foi a mesma: salário fixo de R$ 938,04 mais vale transporte, vale refeição, cesta básica, convênio médico e registro em carteira.
Porém o preenchimento da vaga somente seria somente após o envio do certificado comprovando o suposto treinamento online feito pelo site www.centralportaria.com.br.
Ao responder o email questionando o porquê de pagar o curso se não há garantias de emprego e para qual cidade era a vaga, a reportagem não obteve mais respostas mesmo esperando dois dias, assim como a leitora.
O registro do site está lotado em um endereço de São Paulo (SP), que ao consultar no Google Street View corresponde a uma casa simples, sem nenhuma fachada de sede de qualquer empreendimento. A operadora na qual o contato telefônico está registrado no domínio online informa que o número não existe.
Já no site do curso online não há contato telefônico nenhum e quando questionado por email, a resposta foi que “o melhor meio de contato é via email, pois o contato telefônico pode interromper o processo de seleção dos candidatos”.
“Comecei a procurar emprego essa semana. Sempre procuro saber qual é a empresa que está contratando, se é idônea, senão oferecem uma vaga de atendente e chega lá é outra coisa. Mas essa de pagar para trabalhar é golpe”, explica a leitora.
O delegado Valmir Messias de Moura Fé, titular pela Dedfaz (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações, Falimentares e Fazendários), confirma que crimes como este são muito comuns.
“Há a propaganda enganosa e também a cooptação de pessoas para fazer cursos de forma irregular, usando a oferta de emprego, como esse exemplo”, citou o delegado.
Segundo Moura Fé em sua gestão nenhuma pessoa foi presa pela Dedfaz, mas se comprovado o crime de estelionato a pena varia de um a cinco anos de prisão. “É considerado estelionato, pois cria-se uma mentira para enganar a pessoa de qualquer forma”, conclui.
Fonte:Midiamax News