Famílias escondem informações da polícia e atrapalham busca por desaparecidos
“Quando uma pessoa desaparece, a família é o último que a gente vai ouvir. Primeiro vem os amigos e os vizinhos”. A declaração é da investigadora Maria Campos, que há 30 anos trabalha na Polícia Civil e já auxiliou mais de 1000 reencontros. Segundo ela, o principal empecilho no processo de busca é a omissão de informações por parte dos parentes da vítima.
A investigadora explicou que, a partir do registro de ocorrência um “perfil” de quem está desaparecido é traçado e nesse momento as informações dos conhecidos são fundamentais. “Se você ‘maquia’ a informação corre o risco de perder a pessoa. Com a demora a pessoa pode até ter saído do Brasil. Por mais que seja uma situação vergonhosa ou triste a família tem que falar para a polícia ”, enfatiza.
Segundo ela, em Mato Grosso do Sul há poucos casos emblemáticos de desaparecimentos. Ela cita do casal de adolescentes Nayara e Wellington, – que sumiram em 2009 do bairro Nova Lima – da menina Lívia que foi sequestrada de Corumbá -417 km de Campo Grande – aos sete anos e de Marcela de Souza de 15 anos que sumiu em 2004 do bairro Jardim Anache. “É um ponto de interrogação para a polícia”, diz.
Grupos
Dentre os casos mais comuns de desaparecimentos, Maria Campos afirma que estão os de adolescentes. “Às vezes acontece de sair da escola e ir para a casa de amigos sem avisar ou de ir para alguma dessas festas regionais do interior do Estado e voltar depois que a festa acaba. Existem também os que querem chamar atenção dos pais”.
Ainda segundo ela, desaparecimentos de idosos e de pessoas que têm relacionamentos extraconjugais também são comuns. “Quando se trata de crianças e de idosos, nossa preocupação é dobrada porque eles são incapazes”, declarou.
Fonte:O Estado MS