Especialistas que trabalham no ar condicionado não devem opinar em segurança pública
Os últimos dias foram de tristeza e revolta. Perdemos três irmãos policiais civis em pleno exercício de suas funções. Dois amigos assassinados friamente e outro para a Covid-19. Tristeza porque compadecemos da dor dos amigos e familiares desses que eram homens íntegros, profissionais valorosos e exemplares; e revolta por comentários e opiniões erradas de pessoas que se acharam no direito de julgar a situação.
O Sinpol repudia qualquer emissão de juízo de valores dos fatos ocorridos, tanto com nossos irmãos policiais da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF), Jorge Silva dos Santos, de 50 anos, e Antônio Marcos Roque da Silva, de 39 anos, quanto com Waldir Rojas, de 52 anos. Só quem trabalha na rua diariamente em contato com a população, enfrentando a criminalidade em diversas situações de risco, sabe o que os policiais passam.
No primeiro caso, repudiamos as reportagens sensacionalistas publicadas por um site de Campo Grande, que culpou os policiais civis por não algemaram uma testemunha, sem conhecimento profundo dos fatos, ou qualquer vivência similar no cotidiano dos servidores da segurança pública.
No segundo caso, repudiamos o áudio de uma moradora de Antônio João que criticou o cortejo fúnebre do policial Waldir, quando o corpo chegava ao município, sem a mínima sensibilidade ou respeito à dor dos amigos e familiares.
Vale lembrar que os três policiais civis perderam a vida em serviço, exercendo suas funções, protegendo a sociedade, incluindo os “especialistas que trabalham no ar condicionado”.
Aos que não tem a intenção de ajudar, que se calem, porque não aceitaremos tamanha falta de respeito. Nós não brincamos de polícia, nós SOMOS policiais civis, vocacionados, e todos os dias arriscamos nossas vidas pela população.
Pablo Rodrigo Pael (presidente em exercício do Sinpol)
#VidasPoliciaisImportam