Em Audiência Pública, autoridades reconhecem a necessidade da valorização do Policial Civil.
Centenas de policiais civis, familiares e representantes da sociedade organizada prestigiaram a Audiência Pública promovida pelo Sinpol-MS para debater a Valorização do Policial Civil: Custódia de Presos; Desvio de Função; Condições de Trabalho. O evento foi realizado no plenário da Assembleia Legislativa na tarde desta quinta-feira (30) com o apoio do proponente deputado estadual Pedro Kemp.
O debate que contou com a participação de representantes da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, Ministério Público Estadual, Delegacia-Geral de Polícia Civil, Assembleia Legislativa do MS, Associação dos Delegados de MS, Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis, Federação Interestadual dos Policiais Civis – Região Norte e Centro-Oeste. As autoridades reconheceram a necessidade da Valorização do Policial por meio de salários dignos e condições de trabalho.
Segundo Ailton Stropa Garcia, diretor-presidente da Agepen e que representou a Sejusp no evento, ambas as instituições tem conhecimento do panorama da custódia de presos e estão trabalhando para resolver a situação, contudo, a Agepen também tem o déficit no efetivo e faltam vagas nos presídios para os presos. “No dia 11 de abril devemos apresentar um projeto de absorção dos presos custodiados nas delegacias de forma gradativa até dia 31 de dezembro de 2018”, declarou.
O defensor público e coordenador do Núcleo de Ações Institucionais e Estratégicas, Fábio Rogério Rombi da Silva, concorda com a posição do Sinpol-MS de que delegacia não é presídio e também lutará para o fim da custódia de presos.
Para o Sinpol-MS, a Audiência Pública foi proveitosa considerando a expressiva participação das autoridades que participaram, pois comprometeram-se a manter o diálogo aberto para buscar meios de valorizar o policial civil. “Há consenso em valorizar os policiais civis, mas queremos mais ações. Demos o voto de confiança ao governador Reinaldo Azambuja há 15 meses, agora os policiais civis querem a verdadeira valorização com salários dignos de acordo com o grau de risco que corremos todos os dias nas ruas protegendo o cidadão e conforme a qualificação de nível superior que possuímos há mais de 10 anos”, concluiu.
Depoimentos
Na abertura, o presidente do sindicato, Giancarlo Miranda, exibiu um vídeo documentário que retrata o cotidiano dos policiais civis, contado a partir do depoimento de cidadãos que conheceram o trabalho dos policiais civis no momento mais difícil de suas vidas. Angela Fernandes, vice-presidente da Associação Mães da Fronteira, relatou qual foi o cenário que viu quando foi registrar um boletim de ocorrência. “Se aquele prédio fosse uma empresa particular, já estaria fechada há muito tempo. O teto parecia que ia cair na nossa cabeça”, destacou. Ela ainda conta a dedicação com que o caso foi resolvido. “Todos estavam atentos aos mínimos detalhes. E quando encontraram o corpo do meu filho, um policial civil me disse chorando que eles haviam fracassado, mas eu disse que eles não tinham errado, graças ao empenho deles o caso foi resolvido rapidamente e eu poderia sepultar meu filho com dignidade sem viver a angústia de dias sem resposta”, afirmou Angela.
O vídeo ainda exibia diversos depoimentos de policiais civis da ativa e aposentados que vivem a tensão de ter presos custodiados nas delegacias. “Nos interceptávamos bilhetes que diziam que criminosos iam invadir a delegacia para resgatar presos. Muitas vezes, eu estava de plantão sozinho cuidando de 30 presos. Então eu me escondia no telhado do prédio com uma arma velha que a Instituição tinha me dado com o objetivo de salvar minha vida”, declarou o policial civil aposentado por invalidez, Dinamérico Pleutim Miranda.
O vídeo estará disponível no site e redes sociais oficiais do Sinpol-MS na próxima semana.
Fonte:Assessoria de Comunicação Sinpol-MS