Dracco completa um ano e faz balanço das ações contra corrupção e o crime organizado
O Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul completou um ano de sua criação. Nesse período, a unidade realizou diversas ações de combate ao crime organizado, lavagem de dinheiro e corrupção, para devolver aos cofres públicos os recursos desviados.
O Departamento foi criado pelo Decreto nº 15.493, de 5 de agosto de 2020, que alterou o nº 12.218, de 28 de dezembro de 2006, que traz alinhavada as suas atribuições em torno de repressão qualificada e especializada no combate à corrupção, ao crime organizado, à lavagem de dinheiro e aos crimes aeronáuticos com competência de atuação em todo o estado de Mato Grosso do Sul.
O Dracco contém em seu organograma, distribuídos em suas coordenadorias de administração e de operações, uma Seção de Operações Aéreas, um Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB/LD), bem como duas delegacias especializadas: Decco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado e Deccor (Delegacia Especializada de Combate à Corrupção), bem como conta com seções de análise criminal e operações, de assessoramento especializado, tecnologia cibernética e telemática, de análise de dados e de tecnologia da informação.
Ações - Já com 12 dias de sua criação, deflagrou a Operação "Chacal", mirando investigado apontado como sócio do narcotraficante internacional Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”.
A ação foi deflagrada em condomínio de luxo na cidade de Dourados, levando para a prisão foragido que, há pelo menos duas décadas, utilizava-se de nome falso, artimanha que também empenhava para o incompatível crescimento patrimonial mesmo já sendo condenado por branqueamento de ativos na esfera federal. No contexto da operação foram apreendidos veículos, jóias e demais objetos de expressivo valor, inclusive arrecadadas no cumprimento de buscas em cofre dissimulado no interior da residência de alto luxo.
Por meio da “Operação Ícaro”, desencadeada nos últimos seis anos, a Polícia Civil de MS tornou-se referência nacional para as demais unidades policiais, federal ou de estados. Como exemplo, a atuação em conjunto para combate a este tipo de crime em conjunto com as polícias civis dos estados de Rondônia, Paraná, São Paulo e ainda com a Polícia Federal de Roraima, de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, contando com apoio e colaboração técnica dos órgãos reguladores, ANAC ou CENIPA.
Destaques também para outras operações:
1) Apreensão de 24,5 mil maços de cigarro na zona rural de Dois Irmãos do Buriti em 31 de agosto de 2020, o que resultou num prejuízo ao crime de aproximadamente R$ 1 milhão.
2) "Operação Ícaro - Fase Arcanjos", quando foram cumpridos, no dia 1 de setembro de 2020, mandados de busca e apreensão em oficina aérea localizada na cidade de São Gabriel do Oeste-MS e na cidade de São Gabriel-RS.
Ainda durante o desencadear da "Operação "Ícaro - Fase Arcanjos", foram apreendidas quatro aeronaves por apresentarem risco à segurança de voo em aeroportos das cidades de Aquidauana e Campo Grande.
3) Operação "Porto de Areia" que prendeu um líder de organização criminosa e cumpriu no dia 19 de janeiro de 2021 um total de oito mandados de busca e apreensão em residência e empresas suspeitas, desmantelando um esquema de fraude em recebimento de indenização e seguro, resultando na apreensão de mais de 20 (vinte) veículos apreendidos.
4) Apreensão no dia 17 de abril de aeronave Robinson R66 Turbine, prefixo PR-HMR, avaliada em R$ 4 milhões. A aeronave atingiu uma rede de alta tensão em voo com características das narco operações, ou seja, voos baixos para evitar o controle aéreo, com ausência de plano de voo, diário de bordo, dentre outros elementos.
5) Operação em apoio a DEVIR deflagrada no dia 30 de abril de 2021, que iniciou apuração em torno de golpes aplicados em anúncios no site OLX e como resultado, foi identificado que a ação criminosamente era praticada de dentro do Instituto Penal de Campo Grande, coordenados por um preso que gerenciava a ação de comparsas para garantir o produto dos golpes aplicados em ofertas no site, estimando que ao menos 82 pessoas teriam sido vítimas de estelionato.
6) Indiciamento de investigado por lavagem/ocultação de dinheiro e bens oriundos do tráfico de drogas. Além do investigado, outras 14 pessoas físicas e 5 jurídicas são suspeitas de movimentar aproximadamente R$ 53 milhões em 13 anos. O investigado principal está preso desde 2003, pela Polícia Federal, por tráfico de drogas e também já foi investigado por suspeita de participação na execução de um delegado de polícia do Estado. O indiciado, conforme a investigação, não poupou nem a filha, menor de idade, ao registrar uma Land Rover/Evoque em seu nome.
7) Operação "Hórus": O foco da operação é combater o crime organizado na faixa de fronteira. A operação tem caráter permanente e faz parte do Programa VIGIA/Ministério da Justiça, que atua por meio de diversos pontos de bloqueio fixos e móveis nas faixas de fronteiras e divisas estaduais.
8) Apreensão no dia 12 de junho de 2021 de 107 quilos de cocaína, carga avaliada em R$ 10,7 milhões, em trabalho conjunto com a 2ª Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Presidente Prudente (SP). Durante a ação um indivíduo foi preso.
Conquistas - No decorrer desse primeiro ano, houve a modernização da sede operacional e ampliação da capacidade nominal da Seção de Operações Aérea, que fazem parte do processo de adequação estrutural do Departamento à sua relevância social e ao desempenho de atividades de polícia judiciária civil especializadas.
Em relação à estruturação do Departamento, o destaque é para a destinação por cautela judicial estadual de um helicóptero avaliado em R$ 900 mil pela Justiça Federal.
Outra destinação por cautela judicial federal de duas aeronaves de asa fixa, sendo uma aeronave CESSNA modelo C210 avaliado em R$ 1,2 milhão e uma aeronave RAYTOHEON AIRCRAFT modelo BARON 58 avaliado em R$ 1,5 milhão.
Também foi destinado um prédio oriundo de cautela federal para instalação da sede base para o Dracco e suas delegacias especializadas. O imóvel é fruto da cooperação da Justiça Federal e Ministério Público Federal com a Polícia Civil do Mato Grosso do Sul, após o local ter sido sequestrado judicialmente quando da Operação “Status”, deflagrada pela Polícia Federal de MS em setembro de 2019.
Destinação também de dois hangares para utilização pela Seção de Operações Aéreas obtidos por meio de empenho da Delegacia-Geral da Polícia Civil e da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, em investimentos estruturais no combate aos crimes aeronáuticos afetos ao Dracco.