Direitos Humanos em Pauta
Os direitos humanos pontuam esta edição da Fórum. Entrevistamos o novo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Assis do Couto (PT-PR), que pretende construir um novo ambiente no colegiado, após a gestão de Marco Feliciano (PSC-SP), a quem ele define como triste momento histórico da Comissão. Couto, apesar de ter posições que contrariam alguns coletivos, principalmente os que defendem o aborto, a legalização da maconha e o casamento homossexual, diz que, como homem público, está aberto a discutir essas questões.
Ouvimos ainda o prefeito de São Bernardo do Campo, o ex-metalúrgico e líder sindical Luiz Marinho (PT), que fala de sua experiência há cinco anos à frente de uma das maiores cidades da Região Metropolitana de São Paulo. Esperançoso, ele vê grandes possibilidades de o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, figurar no segundo turno da sucessão ao governo paulista. Para Marinho, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) é forte, mas seu governo tem fragilidades, principalmente na área de segurança, um, afinal, direito humano que vem sendo pouco respeitado no Estado, tanto pela sensação do cidadão de não se sentir seguro quanto pela ação da polícia, que frequentemente viola os preceitos constitucionais que protegem a todos.
A crítica à polícia paulista também é manifestada na entrevista com o recém-lançado candidato à Presidência da República pelo Psol, o senador Randolfe Rodrigues (AP). Em suas palavras, as forças de segurança em São Paulo agem como a Gestapo dos tempos modernos. Ele não poupa também a PM fluminense, que tem agido no mesmo diapasão da paulista quando se trata de lidar com as manifestações populares.
Por falar em Psol, a edição oferece também reportagens sobre os primeiros 13 meses de gestão das duas prefeituras conquistadas pelo partido em 2012: Itaocara, no noroeste fluminense, e Macapá, capital do Amapá. O texto aponta como, mesmo sendo da mesma agremiação política, os dois administradores municipais têm perfis diferentes, um assunto que não passa despercebido da direção nacional dessa sigla nascida há pouco mais de nove anos de dissidentes do PT e do PSTU.
Os direitos humanos também aparecem em reportagem sobre a proposta de Marco Regulatório da Mineração, projeto do governo enviado ano passado, em discussão em comissão específica na Câmara dos Deputados. Como é comum, parlamentares inseriram no texto governamental emendas que desagradaram a movimentos sociais, que temem que, se aprovado, o projeto tende a interferir na demarcação de terras de povos originários das reservas de extração mineral.
As matérias internacionais que a edição apresenta também tratam dos direitos humanos, como é o caso da que aborda os recentes levantes de trabalhadores na Bósnia. Lá, país que viveu em um passado recente conflitos entre três etnias, agora as vê unidas na luta pelos direitos dos trabalhadores, após um processo de privatização que literalmente roubou os bens então públicos.
O assunto perpassa também a reportagem sobre refugiados em São Paulo. Em fuga de seus países por questões políticas ou econômicas, congoleses e sírios relatam as dificuldades que vêm encontrando para se estabelecer no nosso país, desde a obtenção de um lugar para morar, um emprego até o necessário protocolo para ficarem em situação legal aqui. Eles reclamam da problemática burocracia e má vontade das autoridades para que possam se sentir seguros em nosso solo.]
Extraído da Revista Fórum - Flares