Quando políticos aumentam os seus proventos, eles não dizem nem mesmo que se trata de salário, para não serem repudiados pela sociedade. Quando se aumenta a tarifa de energia, água, IPTU, IPVA, é algo normal, mas na oportunidade em que o trabalhador busca os seus direitos, como seu sustento e sua sobrevivência através de um bom salário e melhores condições de trabalho, esse mesmo trabalhador é exposto e execrado para a população de uma forma geral, principalmente nos meios de comunicação, como o grande vilão.

Isso ocorre porque os trabalhadores não são quem financia a mídia, são os grandes empresários e o poder público os grandes mantenedores da imprensa. Os trabalhadores não são objetos de noticia, a não ser quando ocorre um fato em que são vistos como vítimas ou autores de situações totalmente adversas.

Voltando ao tema inicial, refiro-me especificamente no caso dos professores municipais, que estão em movimento grevista, por que? Eis a questão, quem está com a razão? Todos perguntam e o povo indaga, quem vai cuidar dos nossos filhos? Quem vai orientar e ensinar as crianças que frequentam as escolas? Essas perguntas deveriam ser dirigidas as pessoas certas, não aos professores, que na verdade não têm tempo nem para responder, mas sim aos gestores do município de Campo Grande, todos, sem deixar de citar nomes ou responsáveis, por isso vou dizendo, prefeito, vereadores e servidores da gestão pública. O que me consola é saber que quem colocou tais pessoas ali, foi o povo, o grande prejudicado nesse momento, mas é esse mesmo povo que novamente, daqui a menos de dois anos, vai ter a oportunidade de reconduzi-los ou abandoná-los nas próximas eleições.

Para encerrar, afirmo que não é hora de discutir se a greve dos professores é legal ou ilegal, pois o direito a greve é legítimo de todo trabalhador. O que se tem que discutir é se queremos ter professores estimulados a dar um bom ensino aos nossos filhos.

Amaury José Pontes – Escrivão de Polícia e Secretário-Geral do Sinpol/MS