No início da tarde de ontem (22), policiais da Delegacia de Água Clara ouviram ruídos estranhos vindos da carceragem. Foi acionado o apoio de outros policiais que estavam de folga, além de uma guarnição da Polícia Militar. Durante a vistoria, os internos foram retirados da cela e colocados no solário. Todos saíram de forma pacifica menos Ezequiel Alves da Fonseca, que se alterou e recusou a sair. Os policiais usaram força moderada para conter o preso. No teto da cela, foi encontrado buraco, que estava sendo cavado por Ezequiel e Flávio Aparecido Gonçalves, com o auxílio de uma barra de ferro.

Esse episódio traz à tona novamente a luta do Sinpol contra a permanência de presos nas delegacias. “São incontáveis as vezes que o sindicato já denunciou esses fatos e o poder público continua inerte. Fica a pergunta: será preciso que outra tragédia ocorra para que algo seja feito? Essa situação se repete em praticamente todas as delegacias do Estado. Excesso de presos, falta de estrutura para abrigar presos, desvio de função, já que o policial não é um agente penitenciário. Isso se repete de forma continua, principalmente em Agua Clara, onde já tivemos incêndio, fugas, agressão a policiais, e agora mais uma tentativa. O sindicato está atento e continuará lutando contra a custódia de presos”, desabafou Giancarlo Miranda, presidente do Sinpol.