Para o presidente da COBRAPOL, Jânio Bosco Gandra, a crise no sistema penitenciário no Estado do Maranhão, que recentemente ganhou destaque na mídia em função dos ataques a ônibus em São Luís, é na verdade um reflexo da falta de um Plano Nacional de Segurança Pública. “A superlotação dos presídios e a atuação de facções criminosas no interior das carceragens não são exclusividade do Maranhão. O mesmo ocorre em diversos Estados brasileiros e para corrigir tal situação é necessário o interesse do Governo Federal”, afirmou Gandra.

Para a direção da COBRAPOL, somente uma reformulação total no sistema de segurança pública, que passa principalmente pela valorização do policial com a criação da Carreira Única e a aprovação do Piso Salarial Nacional, pode resultar numa mudança real na situação não apenas dos presídios, mas de diversas delegacias que também sofrem com superlotação de presos. “Num País em que o próprio ministro da Justiça, gestor da segurança nacional, afirma que preferiria morrer a cumprir pena num presídio brasileiro, é porque a situação fugiu do controle do governo”, declarou Gandra. A declaração do ministro José Eduardo Cardozo é de 13 de novembro de 2012, o que demonstra que o caos instalado na segurança pública já anunciava uma explosão há anos.

É por esta razão que a Confederação vem lutando para aprovar a Carreira Única e o Piso Salarial Nacional, este último atualmente tramita na Câmara dos Deputados na forma da Emenda Aglutinativa nº 2. No entanto, como a matéria não tem o apoio dos governos de Estado, desde 2010, foi retirada da pauta do plenário para votação em segundo turno. “O Governo Federal precisa urgentemente tomar medidas eficientes capazes de coibir o crime e resolver o caos que se instalou na segurança pública. Para isso, precisa implantar um Plano Nacional de Segurança Pública”, acredita Gandra.