Covid-19 matou mais agentes em um ano do que em três de confronto
Em pouco mais de um ano, em Mato Grosso do Sul a Covid-19 já matou mais agentes das forças de segurança do que confrontos armados desde 2018.
É o que apontam os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) divulgados ao Correio do Estado.
Conforme o órgão, a doença pandêmica já levou dois policiais civis, seis policiais militares, dois agentes penitenciários e dois bombeiros que estavam na ativa.
Se forem considerados os aposentados e reservistas, o número é ainda maior.
Enquanto isso, três agentes faleceram em confrontos em serviço em 2018, um em 2019 e quatro em 2020.
As forças de segurança estão entre os serviços que não podem parar sequer um dia, mesmo com o vírus circulando pelas ruas das cidades sul-mato-grossenses, assim como os profissionais da saúde.
Vale ressaltar que, mesmo não imunes à doença, estiveram por trás de estratégias importantes no combate ao coronavírus, como a fiscalização dos toques de recolher, das medidas de isolamento social impostas por decretos e na logística da testagem dos casos suspeitos nos drive-thru instalados nas principais cidades de Mato Grosso do Sul.
Essa exposição fez o governo antecipar a vacinação deste público, não somente aqueles lotados no governo estadual, mas também membros da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal que moram no Estado, além dos guardas municipais.
A expectativa da campanha era a de imunizar pelo menos 3,5 mil policiais e agentes.
MEMÓRIA
A primeira vítima entre os membros das forças de segurança pelo novo coronavírus foi o policial civil Waldir Rojas, de 52 anos.
Ele ficou cerca de 15 dias internado em um hospital na cidade de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, em um leito de unidade de terapia intensiva (UTI), mas não resistiu aos efeitos causados pela Covid-19 em junho.
Em agosto, a doença matou o policial civil aposentado Edmir Camarini, em Campo Grande.
Em setembro, a doença levou o sargento da Polícia Militar (PM) Malk Anderson Valdonado Pereira.
Ele já havia atuado como diretor da Associação de Cabos e Soldados (ACS) e ocupava cargo de diretor de Marketing da Associação dos Militares Estaduais.
O subtenente da reserva da Polícia Militar José Valdo Aciole de Oliveira faleceu no dia 27 de novembro, em Campo Grande.
Em dezembro, o investigador Guilherme de Souza Venâncio, lotado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) de Três Lagoas também faleceu.
Outra morte notória entre os membros das forças de segurança pública foi o delegado aposentado Paulo César Braus.
Ele começou a carreira no serviço público como escriturário na Secretaria de Estado de Educação de São Paulo, onde trabalhou de 1986 a 1990.
Braus atuou como titular da Delegacia Especializada de Polícia Interestadual e Capturas (Polinter), na Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (Defurv), Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado, Delegacia Especializada de Repressão a Defraudações, Falsificações e Crimes Fazendários (DEDFAZ), Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), Delegacia Especializada de Homicídios (DEH), Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras), Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij) e Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar).
Em março, a doença também vitimou o delegado aposentado da Polícia Civil Luiz Sérgio da Silva, de 55 anos.
Durante a carreira, Luiz Sérgio atuou como delegado na Corregedoria-Geral da Polícia Civil, no Departamento de Inteligência Policial (DIP) da Polícia Civil e na Assessoria de Telemática da Delegacia-Geral da Polícia Civil, como gestor e coordenador da Delegacia-Geral da Polícia Civil, como coordenador de Inteligência e de Operações e como superintendente de Inteligência de Segurança Pública da Sejusp. E foi ainda professor de diversas disciplinas na Academia de Polícia Civil.
Fonte: Correio do Estado