Artigos

A Polícia Civil e Seu Legado

Por  andro Mariano Rocha, investigador de Polícia Substituto

Cinco meses se passaram desde a nomeação assinada pelo governador André Puccinelli em que tomaram posse na área de Segurança Pública Investigadores, Escrivães e Peritos. Até então havíamos vivenciado a segurança pública através da ótica dos professores da ACADEPOL, cada qual com seu estilo peculiar de compartilhar experiências. Quem esquecerá as aulas de Direito Penal do Dr. Matsushita ministradas eloquentemente com a paradoxal combinação de passionalidade e racionalismo? Como ficar indiferente à apresentação de uma realidade sem retoques vivenciada pelo dia-a-dia de policial do Dr. Rossi? E o Dr. Sidnei Alberto dimensionando com maestria a alma da instituição POLÍCIA CIVIL fazendo-nos refletir sobre o seu papel na sociedade? O que dizer hoje do “estresse necessário” aplicado nas aulas práticas do Dr. Ivan juntamente com o investigador Medina e seus auxiliares, para que fosse forjado em cada aluno o perfil de agente de segurança pública?



Hoje, Investigador de Polícia Judiciária, tendo como base de conduta a sedimentação dos conhecimentos adquiridos na academia, vivo uma realidade diferenciada. Outrora, como cidadão comum, vivia sob a sombra e proteção da segurança pública. Agora, protejo as pessoas em nome dela. Embora isso não signifique mergulhar num seriado policial com direito a trilha sonora ou ser o super-herói dos sonhos fantásticos dos tempos de infância, sendo suscetível, portanto, a riscos reais próprios da profissão, reconheço o legado da instituição Polícia Civil nas mãos dos “papa-charlie” novatos. Uma herança que se estende permanentemente através do dia-a-dia da nossa atividade, ampliando-se a cada atuação nossa, a cada experiência vivenciada durante o nosso trabalho, a cada cidadão que protegemos.



Ter a percepção de que já não somos mais meros expectadores dos delitos que nos cercam e de que a nossa missão, de modo amplo, foca o equilíbrio social; Ver nosso senso de justiça individual transformar-se em ação efetiva legitimada pelo Estado e pelo clamor da população, torna-nos ainda mais conscientes de que o trabalho que escolhemos não se resume a valores meramente abstratos, presos ao campo das ideias, mas à justiça cristalizada através de cada movimento, de cada escolha, de cada atitude de nós agentes. E o resultado é sempre aquela incrível sensação de satisfação pessoal e de dever cumprido, algo que não tem preço.


volta ao topo